Para compensar o PMDB, Planalto avalia dar liderança do governo ao partido

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/02/2017 09h14
BRA100. BRASILIA (BRASIL), 29/12/2016. - El presidente de Brasil, Michel Temer,realiza hoy, jueves 29 de diciembre de 2016, un pronunciamiento de fin de año, en el que realizó un balance de sus siete meses al frente del Ejecutivo, en Brasilia (Brasil). Temer, dijo hoy que 2017 será un "año nuevo" para el país, en el que se conseguirá "vencer" la grave crisis económica en la que se encuentra sumergido el gigante suramericano. EFE/Joédson Alves EFE/Joédson Alves Presidente Michel Temer - EFE

O Palácio do Planalto deverá conceder a liderança do governo na Câmara ao PMDB a fim de tentar aplacar as queixas da bancada. O partido do presidente Michel Temer está insatisfeito com a perda de espaço na Esplanada dos Ministérios após o PSDB ter assumido, com o deputado Antonio Imbassahy (BA), a Secretaria de Governo na semana passada.

A intenção é evitar que as reclamações do PMDB, a maior bancada da Câmara com 64 deputados, cresçam e possam prejudicar o governo justamente no momento em que Temer deslanchar sua agenda de votações das reformas na Casa, em especial a da Previdência.

A avaliação de interlocutores de Temer é de que a indicação de um peemedebista para o posto poderá “amarrar” nas votações o partido, que perdeu o comando da Secretaria do Governo desde a queda de Geddel Vieira Lima em novembro. Ficaria, dessa forma, difícil a deputados do PMDB votarem contra a orientação de um líder do governo do próprio partido.

A bancada da legenda chegou a mandar sinais ao Planalto de que não aceitaria ficar sub-representado e poderia reivindicar até mesmo o Ministério da Saúde, hoje nas mãos do PP.

O cargo de líder do governo na Câmara atualmente é ocupado por André Moura (PSC-SE), nome ligado ao “Centrão” – grupo de partidos médios que perdeu força com a reeleição, em primeiro turno, do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A mudança, contudo, deverá ocorrer somente na próxima semana.

“É uma opção que está sendo considerada (a concessão da liderança do governo para o PMDB)”, admitiu o presidente do PMDB e líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (RR). “Uma opção concreta”, reforçou.

Apesar da avaliação do Planalto, a própria bancada do partido já se movimenta para emplacar o nome do novo líder do governo na Casa. O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), conversou com auxiliares de Temer nos últimos dias sobre a reivindicação pelo cargo. Um dos deputados mais próximos do presidente, Rossi deverá conversar com ele pessoalmente nos próximos dias.

São cotados para assumir o posto o próprio Baleia Rossi e os deputados federais Lúcio Vieira Lima (BA), Soraya Santos (RJ) e Darcísio Perondi (RS), que foi relator da PEC do Teto.

Progressistas

A avaliação na bancada do PMDB é de que o partido, apesar de ter a Presidência da República, está sendo tratado como “coadjuvante” pelo Palácio do Planalto. Deputados peemedebistas argumentam que não há como a legenda manter “posição de protagonismo” sem estar à frente de espaços importantes. 

A bancada avalia que os cargos de peso estão nas mãos de outros partidos – além da presidência da Câmara, com o DEM, e liderança do governo, com o nanico PSC, ou ministérios “robustos”, como Saúde (PP), Educação (DEM) e Cidades (PSDB).

A avaliação no PMDB agora é de que o PP, que tem a quarta maior bancada da Casa, com 46 deputados, já está muito bem contemplado no governo. Atualmente, a legenda tem o comando das pastas da Saúde e da Agricultura e da Caixa Econômica Federal.

“O caminho aponta para a redução das nossas bancadas em todos os níveis e para a impossibilidade de lançamento de uma candidatura a presidente. É provável que cheguemos ao fim deste processo implorando a vaga de vice na chapa do PSDB”, afirmou um parlamentar do PMDB durante discussão no grupo de WhatsApp da bancada.

Além da liderança do governo na Câmara, a bancada do PMDB reivindica cargos estratégicos no segundo escalão de alguns ministérios por meio dos quais consiga fazer ações nas bases eleitorais e que estão sob o controle de apadrinhados do PP. São elas: a Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, e as secretarias de Habitação e de Saneamento, do Ministério das Cidades.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.