PF aciona polícia de países vizinhos e monitora possível fuga de André do Rap para África
Traficante e líder do PCC na Baixada Santista teve habeas corpus concedido pelo ministro do STF, Marco Aurélio; além da ponte aérea com países africanos, investigadores monitoram fronteiras da Colômbia, Bolívia e Paraguai
As buscas pelo paradeiro do megatraficante André Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, estão cada vez mais intensas. Segundo uma fonte da Polícia Federal (PF), que trabalha na investigação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), forças policiais internacionais da maioria dos países da América do Sul foram acionadas sobre a situação de André do Rap e estão ajudando a PF a monitorar e encontrar o criminoso. A maior atenção da PF se volta para as fronteiras com Colômbia, Bolívia e Paraguai – onde a facção domina o comércio de armamentos e drogas. Esses países também são conhecidos por servirem de refúgio aos traficantes do PCC procurados pelas autoridades.
Uma possível fuga do chefe do PCC na Baixada Santista para a África é tratada como “improvável”, mas preocupa os investigadores brasileiros, que devem redobrar a atenção no monitoramento de pontes áreas para os países do continente. Em abril deste ano, Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, um dos atuais líderes do PCC, foi preso em Maputo, capital de Moçambique. Ele é considerado o braço direito de Marcola, como é conhecido Marcos Willians Herbas Camacho, apontado por investigadores como o chefe máximo da facção paulista.
Ao conceder habeas corpus para André do Rap, na última sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio, desagradou não apenas a cúpula da Segurança Pública paulista, mas toda a esfera federal, onde a soltura e fuga de André do Rap também foi considerada uma derrota para a segurança nacional. O traficante é acusado de administrar a exportação de drogas do PCC a partir do porto de Santos para a Europa e era o homem de confiança nas negociações com a máfia italiana ‘Ndrangheta.
No dia em decidiu pela liberação do criminoso, o ministro falou com exclusividade à Jovem Pan. Ele afirmou que não olha para a história do réu na hora de julgá-lo. “Eu olho o direito do réu. Não preciso me manifestar.” Questionado se, nesta ocasião, o melhor caminho era considerar que o réu é um membro importante do PCC, o ministro rebateu. “Se um dia eu olhar a capa [do réu], eu entrego a minha capa de ministro. Se for assim, é melhor colocar um paredão na frente do STF para fuzilamento.” Horas depois, o presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, reverteu a decisão do colega e determinou que André do Rap deve voltar para a prisão por ser “comprovadamente de altíssima periculosidade”.
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