Procuradoria-Geral da República pede que Witzel explique suposta ameaça a secretário de Saúde

Governador afastado do Rio de Janeiro terá que explicar declarações sobre o secretário de Saúde, Carlos Alberto Chaves, feitas durante transmissão ao vivo

  • Por Jovem Pan
  • 07/01/2021 16h55 - Atualizado em 07/01/2021 18h04
MAGA JR/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO O governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel Witzel criticou comportamento de secretário durante sessão do Tribunal Especial Misto que julga o processo de impeachment

A Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou um pedido de explicações a Wilson Witzel (PSC), governador afastado do Rio de Janeiro. O objetivo é fazer com que o político dê sua versão sobre uma suposta ameaça contra contra o atual secretário de Saúde do estado, Carlos Alberto Chaves, feita durante transmissão ao vivo. A PGR fez o pedido formal na quarta-feira, 6, um dia depois da transmissão. No vídeo, Witzel chamou o secretário de “mentiroso” e afirmou que daria voz de prisão a ele se pudesse. “Eu queria dizer para o secretário de Saúde do Rio de Janeiro: o senhor é um mentiroso, doutor Chaves. Desculpa, o senhor tem 70 anos de idade e tinha que ter vergonha na sua cara de ter ido naquele tribunal mentir. Agora nós vamos mostrar sua mentira. O senhor é um mentiroso. O senhor mentiu perante o tribunal. Eu estava aqui assistindo, não estava lá presente. Se eu estivesse lá, presente, eu pediria a sua prisão. A sua condução coercitiva para que você peça desculpas ao tribunal, porque o senhor é um mentiroso. O senhor disse que a secretaria estava aparelhada”, disse Witzel, durante a transmissão.

A declaração de Witzel diz respeito à Sessão do Tribunal Especial Misto, formado por deputados estaduais e desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio, que julga o processo de impeachment do governador. O secretário foi ouvido no fim de dezembro e disse que encontrou a pasta da Saúde aparelhada. Ele acredita que Witzel tinha conhecimento das condições da secretaria. Na decisão, a PGR deu cinco dias para que a defesa de Witzel se explique. O documento foi assinado pela subprocuradora-geral da República, Lindôra Maria Araujo, que é responsável pela denúncia contra o governador no Supremo Tribunal Federal (STF). No ofício, a subprocuradora diz que o político do PSD “objetiva, por meio de grave ameaça, coagir uma testemunha do processo de impeachment que está respondendo”. Em suas redes sociais, Witzel disse que apenas se defendeu. “Esclareço que apenas, e tão somente, exerci meu direito sagrado de defesa diante de informações inverídicas”, disse o governador afastado do Rio.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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