PM que participou de reconstituição é suspeito de ter dado tiro que matou Ágatha

  • Por Jovem Pan
  • 02/10/2019 21h44
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Allan Carvalho/Estadão Conteúdo reconstituição-morte-agatha Só dois dos 11 policiais envolvidos no caso participaram da reconstituição, além de seis testemunhas civis

A Polícia Civil suspeita que um dos dois policiais militares que participou da reconstituição da morte de Ágatha Félix, de 8 anos, realizada pela Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro na noite desta terça-feira (1), foi o autor do tiro que matou a menina.

A informação é da TV Globo. Segundo a reportagem, o PM passou mal durante a reconstituição. O delegado Antônio Ricardo Lima Nunes, diretor do Departamento Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), confirmou que uma das hipóteses investigadas é de que a bala desviou em um poste, onde foi encontrada uma marca de tiro recente.

Ainda de acordo com a TV Globo, é grande a probabilidade de que não tenha havido confronto com criminosos, como alegou a corporação. A versão mais defendida é que só dois tiros teriam sido disparados, ambos pela polícia, e um deles teria batido em um poste e estilhaços dele atingiram a menina.

Os peritos afirmam que, se tivesse sido atingida diretamente pelo tiro, Ágatha teria ferimentos muito mais graves no corpo. A necropsia encontrou apenas fragmentos de bala, e por isso não conseguiu confirmar com exatidão de que arma veio o disparo, mas os fragmentos são compatíveis com fuzis, que os PMs usavam enquanto patrulhavam a comunidade.

A reconstituição começou às 18h45 e se estendeu por cerca de cinco horas. Só dois dos 11 policiais envolvidos no caso participaram, além de seis testemunhas civis. A mãe de Ágatha, Vanessa, não participou por motivos de saúde – ela teve picos de hipertensão.

Relembre

Ágatha morava na Fazendinha, uma das comunidades do complexo de favelas do Alemão, na zona norte do Rio. Por volta das 21h do dia 20, ela voltava para casa com a mãe, em uma Kombi que faz transporte local. Quando estavam na rua Antônio Austregésilo, a menina foi atingida.

Onze policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Fazendinha patrulhavam a região, e testemunhas afirmam que um deles foi o autor do disparo. A PM alega que havia tiroteio entre os policiais e o garupa de uma moto que passava pelo local.

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