Polícia identifica serial killer suspeito de matar homossexuais no PR; homem está foragido

Segundo delegado, suspeito faz uma vítima por semana e as atrai por meio de aplicativo de relacionamentos usando fotos e nomes falsos

  • Por Lorena Barros
  • 17/05/2021 14h12 - Atualizado em 17/05/2021 17h27
Robson Paim/Facebook-Justiça para David Lavisio/Instagram-Marcos Vinício/Facebook Montagem com fotos de três homens Vítimas foram assassinadas entre o fim de abril e o começo de maio

A Polícia Civil do Paraná divulgou nesta segunda-feira, 17, detalhes sobre a investigação da morte de homens gays na cidade de Curitiba e no interior de Santa Catarina. As três vítimas, que foram roubadas e assassinadas com sinais de tortura e asfixia entre abril e maio, teriam sido mortas pelo mesmo homem após encontros marcados em aplicativos de relacionamento. O suspeito foi identificado após uma série de diligências em parceria com a Polícia Civil de Santa Catarina e teve sua foto e identidade divulgada pela polícia. Ele também teria tentado fazer outra vítima no bairro de Bigorrilho, em Curitiba, que sobreviveu. “Todos esses crimes foram praticados pelo mesmo indivíduo, que apresenta um perfil de serial killer com problemas psicológicos, psiquiátricos, e infelizmente acabou matando essas três vítimas”, explicou o delegado Thiago Nóbrega, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa do Estado.

O delegado contou que mandados de prisão temporárias foram emitidos contra ele tanto no Estado do Paraná quanto no Estado de Santa Catarina, e afirmou que a população pode fazer denúncias anônimas sobre a localização do suspeito por meio do número 197, da Polícia Civil. “Ele apresenta grande grau de periculosidade e está matando uma média de uma pessoa por semana. Então a gente quer alertar à população, principalmente aos homens gays, para que tomem cuidado, para que evitem marcar encontros em aplicativos com pessoas desconhecidas e nos encaminhem denúncias para que a gente possa prender esse indivíduo o quanto antes”, afirmou. Segundo a delegada Camila Cecconello, o suspeito marca os encontros com as vítimas usando nomes e fotos falsas para não ser identificado. Ela orientou que a população tome cuidado e marque encontros sempre em locais públicos. “Segundo nossas investigações, essa pessoa nos últimos 30 dias cometeu esses quatro crimes, a gente acredita que uma vez por semana ela acaba matando ou tentando matar homossexuais, assim que ela entra na casa desses homossexuais, onde ela combina um encontro com eles através de aplicativos de relacionamento. A gente percebeu que provavelmente estamos investigando um serial killer, um matador em série, tendo em vista que ele age do mesmo modo há 30 dias”, explicou.

Relembre o caso

Os crimes contra homens gays registrados na cidade de Curitiba ganharam repercussão nas redes sociais após um perfil publicar a identidade das vítimas e levantar a suspeita de que eles estariam sendo alvo de um serial killer. A primeira morte na capital paranaense foi do enfermeiro David Lavisio, de 28 anos, que era natural de Londrina, morava em Curitiba e foi encontrado com sinais de tortura e sufocamento no próprio apartamento, no dia 30 de abril, após passar três dias desaparecido. A segunda vítima, encontrada morta no dia 5 de maio, era o estudante de medicina Marcos Vinício Bozzana, de 25 anos, natural da cidade de Campo Grande. Ele também foi encontrado com sinais de sufocamento e tinha o rosto coberto com uma manta. Fora da capital paranaense, a morte do professor universitário Robson Paim, de 36 anos, registrada no dia 16 de abril na cidade de Abelardo Luz (SC), a mais de 400 quilômetros de distância da capital paranaense, pode ter sido o primeiro caso de violência cometida pelo suspeito. Paim, achado morto em um dos quartos da casa na qual morava, teve o carro roubado pelo autor do crime. O veículo foi encontrado na cidade de Almirante Tamandaré, a 15 quilômetros de Curitiba, dias depois.

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