‘Precisamos discutir o Brasil de amanhã, não o mundo daqui a 500 anos’, diz Ricardo Salles

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2019 14h45
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Jovem Pan Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, foi o convidado do Pânico desta segunda-feira (4)

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que as prioridades da pasta serão definidas pelas necessidades dos brasileiros, e não por acordos e pressões internacionais. “Nós precisamos discutir o Brasil de amanhã, não o mundo daqui a 500 anos. Essa é a prioridade que estamos dando para nossa equipe do Ministério”, explicou em entrevista ao Pânico nesta segunda-feira (4).

Salles comentou a participação do Brasil no acordo climático de Paris e ressaltou que o país não irá se submeter às vontades dos países industrializados. “O Brasil não é o patinho feio, o patinho feio são os países do primeiro mundo”, disse. “Eles não têm moral de colocar o dedo na cara do brasileiro.”

O ministro, no entanto, deixou claro que a defesa das prioridades dos brasileiros não é uma medida contrária aos acordos globais. “O que fizermos, faremos porque é interesse nosso. Mas, fazendo isso, também cuidaremos do clima”, explicou.

Amazônia

Ricardo Salles também falou sobre movimentos ambientalistas em defesa da Amazônia e indicou que os ativistas não estão interessados na real defesa do meio ambiente. “É mais charmoso discutir [o desmatamento da] Amazônia. Agora vai lá fiscalizar os lixões, comprar briga com as prefeituras e os deputados estaduais. Isso que é difícil”, disse, lembrando de sua atuação na Secretaria do Meio Ambiente do governo de São Paulo. No ano passado, Salles foi condenado por improbidade administrava durante o período na pasta.

Ele definiu o saneamento básico e a preservação ambiental no meio urbano como algumas de suas prioridades. “É uma vergonha não ter saneamento, essa deveria ser a pauta número 1”, afirmou Salles. “É uma mentira que o brasil é um país ambientalmente bom nas áreas urbanas e regiões metropolitanas”, reforçou. “Em pleno século 21, o mundo inteiro recicla, e a gente sequer fazer a distinção entre o lixo seco e o lixo orgânico.”

Autorregulação

O ministro ainda discutiu o tema da autorregulação ambiental, explicando quais seriam os benefícios da medida. “É basicamente gastar menos energia e menos esforço em coisas de baixo risco”, resumiu, dizendo que o sistema de licenciamento e fiscalização no meio ambiente é dividido entre casos de baixo, médio e alto risco e complexidade.

Com isso, ele espera que casos de alta complexidade ganhem mais atenção. “Você faz um sistema que use menos o esforço dos funcionários nas coisas de baixa complexidade e sobram recursos humanos e orçamentários para aprofundar as análises de média e alta complexidade”, disse. “O funcionário está dando atenção para plantio de milho em vez de tomar conta de barragem. Tem que direcionar melhor o esforço público nas coisas que importam mais”, afirmou o ministro.

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