Caixa de máscaras sobe de R$ 4,50 para R$ 140, denunciam hospitais
A Federação e o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo enviaram ofício ao Ministério da Saúde denunciando aumento abusivo de preços de materiais e medicamentos de uso dos serviços de saúde relacionados ao coronavírus.
Produtos como a máscara tripla com elástico tiveram o preço da caixa com 50 unidades aumentado de R$ 4,50 em janeiro para R$ 35 no começo de março e R$ 140 na última terça-feira (17). Há ainda falta dos produtos. Diante do cenário, o Procon-SP notificou nesta quarta-feira (18) plataformas de vendas online para coibir valores abusivos.
As entidades somam 55 mil serviços privados de saúde no Estado, responsáveis por 60% da assistência à saúde, como afirmam em nota. Segundo o levantamento, estão em falta crônica álcool gel a 70%, máscaras e vários medicamentos, inclusive muitos não relacionados ao coronavírus. O problema atinge principalmente serviços de saúde de pequeno e médio porte.
O sumiço levou o preço da luva descartável de procedimento (200 pares) a subir de R$ 14,70 em fevereiro para R$ 22 agora. Já o álcool gel 800 ml passou de R$ 18,90 em janeiro para R$ 22,76, mas não há previsão de entrega. Uma ampola de Omeprazol de 40 mg custava R$ 5,72 a unidade no começo de março e passou para R$ 15,20, mas está em falta no mercado. O Berotec, medicamento usado para inalação, custava R$ 2,45 há duas semanas e subiu para R$ 13,25. O cateter 22 usado para aplicação de soro passou de R$ 0,65 para R$ 2,46, mas continua em falta.
Conforme o presidente da Federação, o médico Yussif Ali Mere Jr., é necessário evitar que esses abusos prejudiquem o atendimento de qualidade à população. “Precisamos que as autoridades de saúde fiscalizem o que está ocorrendo e deem solução emergencial”, alertou. As duas entidades encaminharam a denúncia ao Ministério Público de São Paulo e ao Ministério da Economia.
O Procon-SP afirmou que irá notificar todas as plataformas de vendas online para que tirem de suas ofertas preços que sejam desproporcionais e abusivos para máscaras, álcool em gel, entre outros produtos utilizados como prevenção ao novo coronavírus.
“O preço médio será estabelecido por pesquisa efetuada pela Escola de Proteção e Defesa do Consumidor do Procon-SP, que será informado às plataformas. Aquelas que mantiverem a oferta de produtos muito acima do mercado serão multadas”, afirmou, em nota, a entidade.
Como denunciar preços abusivos ao Procon
O consumidor que se deparar com algum valor de produto ou serviço relacionados ao coronavírus que considere abusivo pode fazer sua denúncia pela internet, aplicativo ou via redes sociais, marcando @proconsp, indicando o endereço ou site do estabelecimento.
*Com Estadão Conteúdo
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