Presidente do G10 Favelas pretende enviar 40 toneladas de alimentos para a Bahia: ‘Casa onde eu fui criado caiu’

Gilson Rodrigues viveu em Itambé, que tem mais de 600 famílias desabrigadas pelas enchentes

  • Por Victoria Bechara
  • 29/12/2021 15h08 - Atualizado em 29/12/2021 15h30
Arquivo pessoal/Gilson Rodrigues Casa destruída em Itambé, na Bahia Chuva destruiu casas e deixou 600 desabrigados em Itambé

Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, saiu de sua casa na favela de Paraisópolis, em São Paulo, e foi para Itambé, cidade onde foi criado, para auxiliar as vítimas das chuvas na Bahia. “A casa onde eu fui criado caiu. Caiu a casa do meu irmão, a da minha prima. A área mais afetada é onde a gente morava, que é uma área bem pobre, na beira do rio. A rua inteira foi destroçada, por isso que eu decidi vir pessoalmente ajudar”, afirma. Itambé tem cerca de 600 famílias desabrigadas. Com as enchentes, grande parte das pessoas está vivendo de doações. Uma delas é Maria Lúcia Cruz da Silva, que acolheu outros 13 parentes que tiveram as casas destruídas. O imóvel, que tem apenas duas camas, agora abriga 14 pessoas. “A casa da minha sobrinha foi alagada. Ela perdeu a maioria das coisas, as roupas. A casa da minha filha está condenada a desabar o telhado. Ela não pode ir para lá. Eu não sou de pedir, mas dessa vez eu deixei a vergonha e estou pedindo ajuda. Só crianças pequenas, que tomam leite, mamadeira, são cinco”, disse. 

Com a campanha de arrecadação do G10 Favelas, Gilson Rodrigues já conseguiu enviar 20 toneladas de alimentos para a Bahia, além de 800 brinquedos e alguns móveis. A meta é enviar outras 40 toneladas nesta quinta-feira, 30. O líder comunitário entrou em contato com duas empresas que cederam um avião e um caminhão para facilitar a logística. No entanto, ainda faltam doações. Os alimentos estão sendo arrecadados no pavilhão social do G10 em Paraisópolis. Também é possível fazer doações em dinheiro pelo PIX (12.772.787/0001-99). “A gente está percebendo que tem muitas campanhas de arrecadação, mas não chega rápido. Ainda que seja pouco, as doações precisam chegar rápido. Vou atender Itambé e Itapetinga. Se eu conseguir mais coisas, quero atender Anagé e outras cidades”, afirma Gilson. “Tem que sair da burocracia, as doações não podem virar comércio. O brasileiro é sempre solidário nesse momento. Vamos ajudar as pessoas a reconstruir suas casas e ter um feliz ano novo de verdade.”

 

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