Promotoria vai apurar responsabilidades por acidente entre ônibus e caminhão
Colisão ocorrida nesta quarta-feira, 25, em Taguaí, deixou 41 mortos; empresa de ônibus Star Viagem e Turismo não tinha autorização para operar e funcionava de forma clandestina
A Promotoria de Justiça de Itaí instaurou procedimento preparatório de inquérito civil para apurar eventuais responsabilidades pelo acidente entre um ônibus e um caminhão ocorrido na rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho, em Taguaí, que deixou 41 mortos nesta quarta-feira, 25. Na portaria, a promotora Ana Laura Martins levou em consideração os fatos de que parte significativa das vítimas do acidente residiam ou residem em Itaí, interior de São Paulo, e que a empresa Star Fretamento e Locação, proprietária do ônibus, estaria operando sem autorização para o transporte de passageiros. O procedimento se debruçará ainda sobre os indícios da presença de relação de consumo entre a Star e as pessoas que se utilizavam diariamente do transporte para deslocamento ao local de trabalho. Diversas vítimas eram funcionárias da empresa Stattus Jeans e, no momento do acidente, estavam se dirigindo ao local.
Investigações
Os investigadores responsáveis por encontrar a causa do acidente seguem duas linhas de trabalho. Agora, a Polícia Civil quer saber se houve falha nos freios ou uma tentativa de ultrapassagem em local proibido. Segundo as autoridades, no local do acidente ficou evidente que o ônibus invadiu a contramão. Os envolvidos devem ser ouvidos formalmente nos próximos dias para ajudar na formação do inquérito na delegacia de Taquarituba. A delegada que preside o caso disse que o motorista do ônibus alegou falha nos freios, pois tentou desviar de um caminhão lento e, para evitar uma colisão, invadiu a pista contrária sendo atingido pela carreta bitrem.
Segundo a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a empresa de ônibus Star Viagem e Turismo não tinha autorização para operar e funcionava de forma clandestina. O diretor da agência, Milton Persoli, classificou como irresponsável a ação da empresa. “Ela é uma empresa clandestina, irresponsável por estar continuando presente junto com a atividade de fretamento. Ter 45 pessoas, 50 pessoas em um ônibus sem ter sua regularidade é passível de um crime”, disse. Em nota à imprensa, a companhia alegou que todos os documentos do ônibus estão em dia. Segundo a Artesp, no entanto, a informação é falsa, pois a empresa já havia recebido várias autuações e rodava de modo clandestino e ilegal há mais de um ano.
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