Quais são os remédios aprovados e em estudo contra a Covid-19 no Brasil

Até o momento, a Anvisa autorizou o uso emergencial de apenas três medicamentos contra a doença; testes sobre a eficácia da hidroxicloroquina estão sendo realizados no país

  • Por Jovem Pan
  • 25/07/2021 10h00
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Ulrich Perrey/Pool via REUTERS/File Photo Frasco do remédio Remdesivir O antiviral Remdesivir foi o primeiro remédio aprovado pela Anvisa contra a Covid-19

Até o momento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso emergencial de apenas três medicamentos contra a Covid-19. No dia 20 de abril, a agência autorizou a utilização da primeira associação de anticorpos contra a doença: um coquetel de casirivimabe e imdevimabe, produzidos pela farmacêutica Roche. Em 13 de maio, a Anvisa liberou uma nova combinação composta por banlanivimabe e etesevimabe, substâncias produzidas em laboratório que, quando injetadas no organismo, atuam como outros anticorpos presentes no corpo humanoO medicamento é produzido pela farmacêutica Eli Lilly do Brasil. Além dos dois coquetéis, a Anvisa também deu aval anteriormente ao uso do antiviral Remdesivir. Em 19 de julho, a instituição recebeu o pedido de uso emergencial de mais um medicamento, o Sotrovimabe, que é um anticorpo monoclonal. O estudo sobre o remédio foi realizado globalmente e recrutou 1.062 participantes, sendo 22 pessoas em centros de pesquisa brasileiros. Os documentos sobre o uso do Sotrovimabe ainda estão sendo analisados pela agência. 

Medicamentos aprovados para o tratamento contra a Covid-19

  • Remdesivir – Foi o primeiro remédio aprovado pela Anvisa para o tratamento contra a Covid-19. Remdesivir é um antiviral que interrompe a multiplicação do coronavírus (Sars-Cov-2) nas células. O uso do medicamento é indicado para adultos e adolescentes (com idade igual ou superior a 12 anos e com peso corporal de, pelo menos, 40 kg) internados com pneumonia que precisam de oxigênio extra para ajudá-los a respirar, mas que não estejam sob ventilação artificial.
  • Casirivimabe + Imdevimabe (Regn-CoV2) – É combinação de dois anticorpos monoclonais que têm como alvo a proteína espicular S, que o coronavírus usa para fazer ligação com a célula humana. O coquetel só pode ser usado em hospital para início do diagnóstico — quando houver tendência para piora do estado clínico do paciente, com mais de 12 anos, com no mínimo 40 kg, e que não necessite de suplementação de oxigênio. Não deve ser usado em pacientes graves. 
  • Banlanivimabe + Etesevimabe – Assim como o Regn-CoV2, o coquetel também é uma combinação de dois anticorpos monoclonais que têm como alvo a proteína spike do coronavírus. O uso é restrito a hospitais. É indicado para pacientes com alto risco de progressão da Covid-19. Não deve ser usado em pacientes graves ou que necessitem de oxigênio ou ventilação mecânica em seus tratamentos. 

Uso do ‘Kit Covid’ é recomendado?

Os remédios que compõem o chamado ‘kit covid’, como a cloroquina, hidroxocloroquina, ivermectina e azitromicina, ainda não tiveram seu uso emergencial aprovado pela Anvisa. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS), inclusive, desaconselhou o uso desses medicamentos contra a doença. “Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população”, diz o relatório da Conitec sobre as “Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19”. Apesar de não terem o uso ou eficácia comprovada, novos estudos estão sendo realizados sobre a hidroxicloroquina, cloroquina e azitromicina.

Remédios que estão sendo estudados no Brasil

  • Hidroxicloroquina e azitromicina – Atualmente, a hidroxicloroquina é usada para a prevenção e o tratamento da malária e não é recomendada contra a Covid-19. Mas, em junho deste ano, a Anvisa autorizou o Hospital Israelita Albert Einstein a realizar testes para verificar a eficácia da droga contra a doença causada pela infecção do coronavírus. A agência aprovou dois estudos sobre o medicamento. Um aberto, controlado, sobre o uso de hidroxicloroquina e azitromicina para prevenção de complicações em pacientes com infecção pelo vírus e uma pesquisa para avaliar a segurança e eficácia clínica da hidroxicloroquina associada à azitromicina em pacientes graves com pneumonia causada pela doença.
  • ProxalutamidaA droga é um antiandrogênico estudado como um possível tratamento para câncer de próstata e de mama. Em julho de 2021, a Anvisa autorizou a empresa Suzhou Kintor Pharmaceuticals, sediada na China, a realizar testes sobre a eficácia do remédio contra a Covid-19 no país. A pesquisa irá avaliar a segurança e a eficácia do medicamento proxalutamida na redução da infecção viral causada pelo vírus e no processo inflamatório provocado pela Covid-19. Participarão do estudo 12 voluntários do estado de Roraima e outros 38 de São Paulo. 
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