Queda do WhatsApp e Instagram paralisa trabalhos e impacta vendas de empreendedores

Dona de uma loja de joias artesanais, Marina Almeida não conseguiu se comunicar com clientes; Júlia Albuquerque, que trabalha com artigos para pets, estima que tenha perdido cerca de 20 vendas

  • Por Lorena Barros
  • 04/10/2021 18h31 - Atualizado em 04/10/2021 20h13
Marina Almeida/Lunática Joias/Divulgação Marina Almeida na bancada d a lunática joias Marina Almeida, co-fundadora do Lunática, faz vendas pelo site, mas usa Instagram para se comunicar

A instabilidade que atinge o WhatsApp, Facebook, Instagram e outras plataformas online desde o começo da tarde desta segunda-feira, 4, pode parecer superficial, mas afeta diretamente a vida de empreendedores e outros trabalhadores que dependem da comunicação online para atividades simples do dia a dia. Dona da Lunática, uma loja de joias artesanais feitas em prata (@lunatica.joias), Marina Almeida, de 31 anos, não faz as vendas do seu material de trabalho diretamente no Instagram, mas tem na plataforma a melhor forma de comunicação com os clientes. “Nossas vendas ocorrem pelo site, mas 95% da captação de clientes, da nossa comunicação, tudo acontece pelo Instagram. Então, realmente, quando isso acontece, a gente fica a ver navios. Não consegue conversar, se comunicar com as pessoas. Precisamos postar os stories para receber feedback, para os clientes nos verem, isso acaba convertido em vendas. Então, acabamos ficando bem limitados quando isso acontece”, afirma.

Também empreendendo nas redes sociais desde 2020, Júlia Albuquerque, de 22 anos, tem uma loja de tags de identificação de animais com a sócia Hélia Marinho chamada Entre Patas (@pet.entrepatas) e ainda não concluiu o site de vendas da marca, fazendo todas elas por meio do Instagram e do WhatsApp Business. Em cinco horas com as plataformas sem funcionar, ela estima que tenha perdido cerca de 20 vendas e 50 possíveis compradores. “Pensamos em criar um Telegram, mas aí tem a questão: como avisaríamos aos clientes? O que poderíamos fazer seria ligar para eles, já que temos os contatos para dar um feedback sobre as postagens nos correios, como código de rastreio, mas não vejo como captar novos clientes por enquanto”, explicou. Ela considera as redes como indispensáveis para as vendas dos produtos e não conseguiu se comunicar com alguns clientes até o fechamento desta reportagem.

Para além dos negócios, a instabilidade das plataformas também atingiu o dia normal de trabalho de algumas pessoas. Moradora do bairro de Parelheiros, no extremo sul de São Paulo, a assistente de produção Letícia Padilha, de 26 anos, não tem sinal de telefone em casa e faz todas as demandas da sua profissão pela internet, usando majoritariamente o WhatsApp (mesmo que seja para fazer ligações). Hoje, ela não conseguiu realizar uma delas. “Precisava entrar em contato com o responsável pela locação de um espaço, mas não consegui. Quando o WhatsApp caiu fiquei incomunicável”, recorda. Após quase cinco horas de instabilidade e diversas tentativas, ela continuava sem qualquer vislumbre do andamento da demanda. “Estou à mercê”, lamenta.

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