Reformas não solucionam problemas revelados pela Lava Jato, diz procurador

  • Por Estadão Conteúdo
  • 22/08/2017 18h17
CURITIBA, PR, 04.03.2016: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Carlos Fernando dos Santos Lima - Coletiva de imprensa na Polícia Federal de Curitiba-PR, sobre a 24ª fase da Lava Jato denominada Aletheia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (4) pela Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Participam da coletiva o Superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira Franco, delegado da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula e O auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima. (Foto: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress) Reprodução/PF Procurador regional da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, afirma que a Lava Jato revelou uma corrupção sistêmica para financiar partidos políticos

As propostas em discussão no Congresso para uma reforma política não solucionam problemas que foram revelados pela investigação da Operação Lava Jato. A afirmação é do procurador regional da República, Carlos Fernando dos Santos Lima, da força-tarefa de Curitiba, que denunciou criminalmente nesta terça-feira, 22, o ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine. Segundo ele, as propostas não acabam com as “dispendiosas campanhas eleitorais” e são para manter “o poder” e o “foro privilegiado” dos parlamentares.

“Temos N reformas em andamento no Congresso Nacional. A Lava Jato revelou os fatos existentes no País de uma corrupção sistêmica que visa essencialmente financiar os partidos políticos”, afirmou Carlos Fernando, em entrevista à imprensa, sobre a denúncia contra Bendine.

“A Lava Jato mostrou que a política no Brasil é muito cara e, com isso, partidos e políticos buscam fontes ilegais de financiamento.”

Questionado sobre as reformas, ele afirmou que a “movimentação no Congresso Nacional nada tem a ver com a solução desses problemas”. “Na verdade, o que o Congresso Nacional está fazendo é tentar salvar o mesmo mecanismo de eleições extremamente caras, de marketing político, de programas de televisão extremamente dispendiosos. Eles não estão propondo nenhuma reforma específica que combata essa onerosidade das campanhas políticas.”

Para o procurador, o distritão proposto por deputados “é a forma mais cara de se fazer campanhas políticas para deputados federais e estaduais e de vereadores”. Ele criticou também a criação de um fundo de financiamento público para campanhas. “Realmente não temos nenhuma proposta que vise, realmente, solucionar o problema apresentado pela Lava Jato.”

Críticos mais tenaz da reação política contra a Lava Jato, entre integrantes da força-tarefa, Carlos Fernando afirmou que os membros do Congresso promovem uma “reforma política para manterem um sistema e se manterem no Poder, como deputados federais e senadores, mas também com foro privilegiado”.

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