Renan diz que pretende “ficar longe” de decisão sobre permanência de ministros
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira, 30, que se reuniu com ministros do PMDB Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura) e Helder Barbalho (Portos) após a reunião da Executiva Nacional do partido que decidiu pelo rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff com a consequente entrega imediata de cargos do Executivo Federal ocupado por peemedebista. Contudo, ele disse ter se recusado a opinar sobre o que cada um deveria fazer.
“Sinceramente não sei o que se passa na cabeça de cada ministro. Eles conversaram, mas (cada um) externando um ponto de vista e não havia consenso entre eles. Eles ficaram de hoje conversar com a presidente (Dilma Rousseff) e definir com ela o que é que vão fazer. Fiz questão de dizer a eles que, da mesma forma que não quis influir na nomeação deles, muito menos gostaria de influir na exoneração”, disse Renan, em entrevista na chegada a seu gabinete no Senado.
O peemedebista, que promoveu um jantar na residência oficial da Presidência do Senado com os ministros, foi lacônico sobre o encontro. Disse apenas que as conversas com eles são sempre muito agradáveis e que conversaram bastante. “Mas eu tenho que ficar muito longe dessa decisão se vão ficar ou não”, ressalvou
O presidente do Senado não quis responder se a eventual permanência deles na Esplanada mesmo contrariando uma decisão partidária não mostra um apego exagerado aos cargos. Ele destacou que o País vive um momento conturbado da vida nacional e fez questão de exaltar a importância do PMDB.
“O PMDB, como maior instituição congressual, maior partido, tem uma responsabilidade muito grande. E qualquer movimento que o PMDB fizer, esse movimento evidentemente que vai influir nos demais partidos, o que só aumenta a responsabilidade”, disse ele, ao ponderar que não sabe o que “motivou” a realização da reunião da cúpula partidária ontem.
Renan repetiu que, como também é presidente do Congresso, tem uma preocupação de manter a independência do Poder. “Se conseguir preservar a instituição dessa partidarização que está acontecendo, estarei cumprindo meu papel”, afirmou ele.
Até o momento apenas o Henrique Eduardo Alves, indicado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, para o ministério do Turismo, entregou o cargo. A decisão de Alves ocorreu na véspera do encontro do diretório que decidiu pelo rompimento pelo governo. Os demais seis ministros do PMDB ainda permanecem no cargo.
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