Rio quer desmobilizar hospitais de campanha; Maracanã está na lista

Alex Bousquet participou de audiência conjunta das comissões de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus e de Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj)

  • Por Jovem Pan
  • 27/07/2020 17h23
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ESTEFAN RADOVICZ/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO Secretário de Saúde do Rio falou sobre a desmobilização do hospital de campanha do Maracanã

Os hospitais de campanha de Nova Friburgo, Nova Iguaçu e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, devem ser desmobilizados e o anúncio pode ser feito ainda esta semana. O assunto está sendo analisado pelas secretarias de Saúde e Extraordinária de Ações Governamentais Integradas da Covid-19. A informação é do secretário de estado de Saúde, Alex Bousquet, que participou nesta segunda-feira (27) de audiência conjunta das comissões de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública Durante o Combate do Coronavírus e de Saúde, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).

“Provavelmente esses hospitais serão desmobilizados nos próximos dias. Essa semana a gente toma essa decisão definitiva, porque ela envolve não só a desmobilização. Caso haja uma segunda onda [de Covid-19], envolve termos leitos suficientes em hospitais da rede própria e em hospitais particulares que queiram pactuar conosco, através de chamamento público, para que tenhamos capacidade de atender uma segunda onda. Esta semana a gente fecha o relatório, mas ele caminha fortemente para que nós façamos a desmobilização desses três hospitais”, disse o secretário.

Sobre o hospital de campanha do Maracanã, Bousquet disse que este e o de São Gonçalo devem deixar de funcionar nas próximas semanas. “Continuaremos a avaliar as curvas que mantemos em controle diário nas secretarias. Há uma forte tendência que nos próximos dias possamos anunciar o fechamento também desses hospitais. Independente do planejamento ter sido equivocado, ele já incluía começo, meio e fim, de acordo com a evolução da epidemia. Essa evolução mostra que nós estamos, assim como outras regiões do mundo inteiro, próximo do fim das unidades de apoio, que aqui foram chamados de hospitais de campanha”, afirmou, acrescentando que os números atuais da pandemia no estado mostram que há leitos suficientes para atender pacientes se houver uma segunda onda da doença. “Ainda esta semana juntamente com data que vamos desmobilizar Friburgo, Caxias e Nova Iguaçu, nós falaremos também da data em que pretendemos desmobilizar Maracanã e São Gonçalo, lembrando, que esses hospitais estão abertos. Eles não estão recebendo pacientes porque não estamos com necessidade de enviar pacientes para eles”, completou.

As obras dos hospitais de Casimiro de Abreu e de Campos não vão adiante, como foi anunciado no dia 1º de julho. Segundo o secretário, na época da decisão pela construção dos hospitais de campanha o planejamento indicava a necessidade do estado ter cerca de 5 mil leitos dedicados aos pacientes infectados pelo novo coronavírus, o que foi se alterando conforme o desenvolvimento da pandemia no estado. Bousquet admitiu que houve erros, mas era o cenário que havia naquele momento. Agora, a pasta está fazendo um levantamento dos custos e análise dos contratos para ver quem é responsável pela dívida causada por essas unidades.

A presidente das comissões, Martha Rocha (PDT/RJ), mencionou que o planejamento inicial para o combate à pandemia no estado só indicava a construção de hospitais de campanha como última alternativa depois de esgotadas a ativação e a ampliação de leitos em unidades de saúde já existentes. Ela questionou também o termo de compromisso assinado pela secretaria com a prefeitura de Duque de Caxias, nova gestora do Hospital Adão Pereira Nunes, no bairro de Saracuruna, em substituição à organização social (OS) IABAS, que sofre denúncias de má gestão. Martha Rocha pediu que o secretário apurasse uma denúncia que recebeu de que o hospital está com número inferior de médicos para o atendimento atual. “Não está prestando o serviço. É dever da secretaria fiscalizar o termo de cooperação. É dever zelar pelo pagamento dos empregados”, apontou a deputada. A IABAS tem contrato com o governo do estado para a construção de cinco dos sete hospitais de campanha do estado. O valor inicial do contrato era de R$ 835 milhões, depois reduzido para R$ 770 milhões. Segundo Alex Bousquet, foram repassados R$ 256 milhões à OS.

A deputada enfermeira Rejane (PC do B/RJ) quis saber como fica a situação dos contratados do hospital que estão com salários atrasados. Bousquet disse que o que ocorreu antes do termo de compromisso com a prefeitura cabe à IABAS cumprir. Bousquet, acrescentou, no entanto, que a secretaria busca na justiça uma forma de fazer pagamento direto nas contas dos profissionais de saúde para que os recursos não sejam recebidos pela OS. “Não queremos jamais causar problemas para os colaboradores. Até pouco tempo estive do outro lado e sei o que é ficar sem receber salário. Vamos buscar uma solução direta o mais rápido possível”, garantiu o secretário, que é médico do Corpo de Bombeiros.

Jogos de futebol

Ainda na audiência, o secretário afirmou também que não há decisão do governo do estado de liberar o público para partidas de futebol. Para Bousquet, nesse tema, existe dificuldade de comunicação entre as três esferas de governo, mas ele entende que o estado é o norteador para uma tomada de decisão, especialmente, agora, que a pandemia tem características locais. “Cada município funciona de uma forma e cada semana é diferente. Ainda não liberamos pelo estado a presença de público em estádios de futebol. Pensamos a cada 15 dias essa orientação quanto a liberação ou não das atividades. Ela é baseada nas cores de bandeiras. Passamos isso aos municípios, que é importante estar atentos às bandeiras, porque isso faz parte do nosso planejamento e na retaguarda que daremos aos municípios”, concluiu.

*Com Agência Brasil

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