São Paulo registra primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil

Paciente é homem de 41 anos que passou pela Espanha e está internado no Hospital Emílio Ribas, na zona oeste da capital paulista

  • Por Jovem Pan
  • 08/06/2022 15h46 - Atualizado em 08/06/2022 16h35
Freya Kaulbars/RKI/Robert Koch Institute/AFP - 23/05/2022 Captura microscopia eletrônica de seção ultrafina do víruos da varíola dos macacos Captura microscópica do vírus da varíola dos macacos

A Prefeitura de São Paulo confirmou o primeiro caso de varíola dos macacos no Brasil. O paciente é um homem de 41 anos que esteve na Espanha, país que vive surto da doença. De acordo com a administração municipal, ele passa bem e foi internado no Hospital Emílio Ribas, no Pacaembu, zona oeste da capital paulista. Além disso, São Paulo monitora o caso suspeito de uma mulher de 26 ano, embora prefeitura e governo do Estado afirmem que a hipótese mais provável é de que ela não tenha contraído a doença. Há ainda outros seis casos em investigação nos Estados de Rondônia (dois), Santa Catarina, Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul.

Manifestação do governo

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre os possíveis casos que estão sob monitoramento no país e alegou que pode comprar vacinas contra a doença no futuro. Segundo o chefe da pasta, não será necessário uma campanha de imunização no momento, mas a situação da varíola dos macacos no Brasil exige atenção. “É uma vacina específica para essa situação, para os profissionais de saúde que estão lidando com esses casos. É uma estratégia muito limitada, pelo menos essa é a estratégia que tem sido defendida pelos organismos multilaterais da saúde pública”, disse.

O cardiologista também ressaltou que a varíola se prolifera através do contato direto, por partículas respiratórias, embora não tenha a contagiosidade da Covid-19. “Então, não é um motivo de alarme. Temos que ficar vigilantes”, alegou o governista. Queiroga também informou que apenas três laboratórios estão realizando a detecção da doença infecciosa: o Adolfo Lutz, em São Paulo; o laboratório da UFRJ, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e da Fundação Ezequiel Dias, em Minas Gerais. “E isso vai ser ampliado para todos os 27 [laboratórios centrais] do Brasil”, ressaltou. Segundo o governo federal, o ministério da Saúde irá distribuir testes aos 27 laboratórios centrais de saúde pública no território nacional. Os exames irão auxiliar na detecção dos casos suspeitos e de possíveis novas infecções. A distribuição do material deverá ocorrer na próxima sexta-feira, dia 10.

Primeiro caso e principais sintomas

No dia 20 de maio, o governo da Alemanha anunciou que um brasileiro testou positivo e foi o primeiro caso positivo de varíola dos macacos no país. O rapaz de 26 anos passou por Portugal e Espanha antes de direcionar-se ao território alemão. Com passagens por Düsseldorf e Frankfurt, o homem instalou-se em Munique quando começou a sentir os primeiros sintomas. Klaus Holetschek, ministro de saúde local, informou que o brasileiro permaneceu isolado durante seu período de quarentena na Clínica Schwabing de Munique. “Estes [que se encontraram com o brasileiro que testou positivo para a doença] serão informados detalhadamente sobre possíveis sintomas, medidas de higiene e vias de transmissão”, disse.

Os principais sintomas da doença – que já teve casos positivos em países da África Ocidental, Europa, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Argentina – aparecem de 7 a 21 dias após a infecção. Costumeiramente, os portadores da doença manifestam febre, dores de cabeça e musculares, inchaço dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas. As ‘feridas’ iniciam-se no rosto do paciente e depois espalham-se por outras partes do corpo. O contato próximo entre seres humanos costuma ser a principal via de transmissão da varíola dos macacos, mas a infecção pode ocorrer através do compartilhamento de roupas pessoais, roupas de cama, tosses e espirros.

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