Seis das 16 mortes em operação policial na Baixada Santista envolveram policiais sem câmeras, diz PM

Corporação confirmou o envio de sete das dez ações ações com os equipamentos ao Ministério Público; ação prendeu 181 pessoas em dez dias

  • Por Jovem Pan
  • 07/08/2023 20h52 - Atualizado em 07/08/2023 21h53
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TABA BENEDICTO/ESTADÃO CONTEÚDO - 31/07/2023 Movimentação de policiais militares no distrito de Vicente de Carvalho, no Guarujá, litoral sul paulista Operação foi deflagrada na Baixada Santista após morte de soldado da Rota

A Polícia Militar (PM) confirmou nesta segunda-feira, 7, que em seis das 16 mortes ocorridas na Operação Escudo, na Baixada Santista, envolveram policiais sem câmeras corporais. Ainda segundo a corporação, sete das dez ações com câmeras foram encaminhadas ao Ministério Público (MPSP). As informações foram divulgadas pelo coronel Pedro Luiz de Souza Lopes, chefe da assessoria da PM e nomeado porta-voz da secretaria na operação, durante coletiva com representantes da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). De acordo com o coronel, existem relatos de que ao menos um dos equipamentos já estava sem bateria ou não registrou toda a ação. “As unidades envolvidas dispunham de equipamento eu tenho notícia, por exemplo, que uma ocorrência dessa que a viatura tinha equipamento, uma das câmeras estava sem bateria no momento. Se o equipamento estava funcionando plenamente no momento do confronto é uma questão que está sendo apurada em cada investigação”, disse o coronel. Na semana passada, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo pediu o fim imediato da operação. O órgão também cobrou o uso dos equipamentos na farda de todos os agentes envolvidos na operação. O Ministério Público disse que instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) na esfera penal para apurar como ocorreram todas as mortes registradas no âmbito da operação, “bem como, no campo da tutela coletiva, um Procedimento Administrativo de Acompanhamento (PAA) acerca das investigações de todas as ocorrências de morte por intervenção policial e um Inquérito Civil (IC) para apurar eventuais atos lesivos aos Direitos Humanos”.

De acordo com a PM, a operação mobiliza, em média, 600 policiais por dia e conta com os batalhões especiais do litoral sul e de quase todo o Estado. O último levantamento da pasta aponta a prisão de 181 suspeitos. A polícia apreendeu 495 kg de drogas, além de 22 armas de fogo. A ação policial foi iniciada após a morte do soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), Patrick Reis, que foi baleado enquanto fazia uma patrulhamento, na Vila Zilda, em Guarujá, litoral paulista. Três suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil por envolvimento no crime. Um deles seria o autor do disparo que matou o policial. A SSP também divulgou que sete policiais militares foram mortos na Baixada Santista neste ano. Outros 12 agentes foram feridos.

 

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