Senadores do PT conseguem burlar norma e usar tempo de fala para pronunciamento
Senadores do PT conseguem burlar norma do presidente do processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, e usam o tempo de fala no depoimento de testemunhas para fazer pronunciamentos, sem interrogar o informante. Com a nova estratégia, os petistas não só aproveitam o tempo para fazer discurso, como também garantem a última palavra, sem dar oportunidade de tréplica para o informante.
Depois que a testemunha de acusação Julio Marcelo de Oliveira foi declarada suspeita e passou a prestar depoimento apenas como informante, a base do PT considerou não fazer mais perguntas ao depoente e usar o tempo de fala apenas para pronunciamento.
Após as primeiras tentativas, Lewandowski repreendeu os senadores e proibiu a estratégia, determinando que eles fizessem questões objetivas. Uma nova estratégia foi adotada, aproveitando o sistema de réplica e tréplica.
Agora, os senadores petistas questionam o informante, que tem seu direito de resposta. No momento da réplica, os senadores usam o tempo para fazer um discurso e, ao final, declaram que não farão perguntas. Não há impedimento para que não sejam feitos questionamentos no momento da réplica que, na verdade, é entendida como um direito de resposta do senador. O informante, por sua vez, perde o direito de fala.
A formatação foi usada pelas senadoras Regina Sousa (PT-PI) e Angela Portela (PT-RR), logo após a sessão ser retomada nessa noite. Ao declararem que não fariam perguntas, Lewandowski respondeu: “Sem perguntas, sem resposta. Passamos para o próximo senador”.
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