Supremo Tribunal Militar julga pedido de liberdade de militares que atiraram contra músico

Jose Lucena/Estadão Conteúdo Justiça Militar disse que militares não tem culpa, pois ação "não foi premeditada"

Os nove militares presos pelo assassinato do músico Evaldo Rosa dos Santos, de 46 anos, alvejado com 83 tiros no Rio de Janeiro, devem ter seu pedido de liberdade julgado nesta quarta-feira (7). Segundo o subprocurador-geral da Justiça Militar Carlos Frederico de Oliveira Pereira, do Ministério Público Militar, as regras de conduta dos militares não foram violadas deliberadamente contra a população civil – e sim durante uma operação.

“As pessoas estão muito assustadas, porque foi um caso gravíssimo, mas prisão preventiva é outra história. Se eles (os militares presos) soubessem que aquele carro era de pessoas que não eram bandidas, eles não fariam isso. Os caras não saíram de casa para matar os outros”, afirmou.

Segundo ele, a ação “não foi premeditada”. “Eles são pessoas normais. É uma galera normal, como qualquer pelotão que você vê aí em qualquer quartel”, acrescentou.

O ministro Lúcio Mário de Barros Góes, do Superior Tribunal Militar (STM), negou no dia 12 de abril o pedido de liberdade, ao apontar que não há “aparência de ilegalidade” na decisão que determinou a prisão dos militares. Agora o caso será analisado pelos 15 ministros do tribunal.

O caso

No dia 7 de abril, uma guarnição do Exército atirou 80 vezes contra o carro em que estavam Evaldo e mais quatro pessoas da família dele, entre eles seu filho, de 7 anos. O sogro de Evaldo, Sérgio Araújo, e um pedestre, que tentou ajudar a família durante o tiroteio, ficaram feridos. O veículo foi supostamente confundido com um automóvel em que estariam criminosos.

No dia 18 de abril, o catador de papel Luciano Macedo, de 27 anos, morreu no Hospital Carlos Chagas, na zona norte do Rio. Macedo também foi atingido por três tiros nas costas por militares do Exército na mesma ação que atingiu Evaldo Rosa.

* Com informações do Estadão Conteúdo