Temer quis conversar com força-tarefa da Lava Jato no dia do impeachment, diz procurador
Carlos Fernando dos Santos Lima deu a declaração em entrevista coletiva durante o IV Fórum de Compliance promovido pela Câmara Americana de Comércio, a Amcham, em São Paulo nesta segunda-feira (14).
O integrante da força-tarefa afirmou também que visitas fora da agenda como a que foi feita por Raquel Dodge a Michel Temer na semana passada “não são ideais” para um funcionário público.
Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os procuradores da Lava Jato não se encontraram com Temer por entender que eles não tinham assuntos a tratar com o então vice-presidente.
“Encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos, às vésperas da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer ao Palácio do Jaburu a noite e nos recusamos porque nós entendíamos que não tínhamos nada do que falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento”, afirmou.
Carlos Fernando dos Santos Lima reconheceu também que questões institucionais têm enfraquecido o relacionamento entre o MPF e a Polícia Federal.
O procurador da República afirmou que somente o Ministério Público Federal deve negociar delações premiadas.
“Existem determinados fatos que não são negociáveis, como é o caso das colaborações. Nós entendemos que somente o Ministério Público pode negociar porque só o Ministério Público pode acusar”, disse.
O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ressaltou ainda as qualidades de Raquel Dodge e da equipe de trabalho da futura chefe do MPF.
Ele falou que não espera mudanças na essência das atividades da instituição.
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