Temer quis conversar com força-tarefa da Lava Jato no dia do impeachment, diz procurador

  • Por Tiago Muniz/Jovem Pan
  • 14/08/2017 11h38 - Atualizado em 14/08/2017 11h50
CURITIBA, PR, 04.03.2016: OPERAÇÃO-LAVA JATO - Carlos Fernando dos Santos Lima - Coletiva de imprensa na Polícia Federal de Curitiba-PR, sobre a 24ª fase da Lava Jato denominada Aletheia, deflagrada na manhã desta sexta-feira (4) pela Polícia Federal, que tem como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Participam da coletiva o Superintendente da Polícia Federal no Paraná Rosalvo Ferreira Franco, delegado da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula e O auditor da Receita Federal Roberto Leonel de Oliveira Lima. (Foto: Heuler Andrey/DiaEsportivo/Folhapress) Reprodução/PF Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os  procuradores da Lava Jato não se encontraram com Temer por entender que eles não tinham assuntos a tratar com o então vice-presidente
Procurador da Lava Jato revela que Michel Temer chamou integrantes da força-tarefa de Curitiba para conversar no dia da votação do impeachment de Dilma Rousseff.

Carlos Fernando dos Santos Lima deu a declaração em entrevista coletiva durante o IV Fórum de Compliance promovido pela Câmara Americana de Comércio, a Amcham, em São Paulo nesta segunda-feira (14).

O integrante da força-tarefa afirmou também que visitas fora da agenda como a que foi feita por Raquel Dodge a Michel Temer na semana passada “não são ideais” para um funcionário público.

Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os  procuradores da Lava Jato não se encontraram com Temer por entender que eles não tinham assuntos a tratar com o então vice-presidente.

“Encontros fora da agenda não são ideais para nenhuma situação de um funcionário público. Nós mesmos, às vésperas da votação do impeachment, fomos convidados a comparecer ao Palácio do Jaburu a noite e nos recusamos porque nós entendíamos que não tínhamos nada do que falar com o eventual presidente do Brasil naquele momento”, afirmou.

Carlos Fernando dos Santos Lima reconheceu também que questões institucionais têm enfraquecido o relacionamento entre o MPF e a Polícia Federal.

O procurador da República afirmou que somente o Ministério Público Federal deve negociar delações premiadas.

“Existem determinados fatos que não são negociáveis, como é o caso das colaborações. Nós entendemos que somente o Ministério Público pode negociar porque só o Ministério Público pode acusar”, disse.

O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima ressaltou ainda as qualidades de Raquel Dodge e da equipe de trabalho da futura chefe do MPF.

Ele falou que não espera mudanças na essência das atividades da instituição.

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