Tuíte da dona das Casas Bahia faz xerife do mercado de capitais abrir investigação

Via Varejo publicou resultado de vendas no Twitter, mas apagou logo depois; em nota, empresa afirma que a divulgação não havia sido autorizada

  • Por Jovem Pan
  • 22/07/2020 07h05
Casas Bahia/Divulgação Grupo divulgou crescimento de 2.500% na venda de jogos e câmeras

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu um processo administrativo para investigar a publicação da Via Varejo no Twitter sobre o crescimento expressivo de vendas entre maio e junho deste ano. A sequência de mensagens foi publicada na conta oficial da dona da Casas Bahia e Ponto Frio às 9h48 desta segunda-feira, 20, e apagada às 12h55. Tradicionalmente, este tipo de informação é divulgado ao mercado financeiro por meio de um fato relevante. A sequência de posts relatou um forte crescimento nas vendas do grupo em meio à pandemia no terceiro bimestre de 2020, em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo a publicação, as vendas de jogos e câmeras subiram 2.500%, enquanto televisores tiveram alta de 1.900% e material de informática e escritório de 1.400%. Apesar do pouco tempo no ar, a informação foi suficiente para fazer as ações da Via Varejo fecharem em alta na Bolsa de Valores, com valorização de 7,35%, para R$ 21,17, a maior alta das ações no dia no Ibovespa, o principal índice da B3, a Bolsa brasileira.

Em um comunicado na noite desta segunda, a Via Varejo informou que os números foram divulgados sem a autorização. “Não é política da companhia divulgar este tipo de informação, razão pela qual tão logo seu departamento de relações com investidores tomou conhecimento da publicação, solicitou prontamente que a mesma fosse retirada do ar”, de acordo com a nota. A empresa também confirmou os números divulgados na parte da manhã, mas ressaltou que eles não foram auditados. “A companhia reitera que não tem por política divulgar dados desta natureza e que esta divulgação tem caráter excepcional.” Procurada pela reportagem, a assessoria da CVM informou que “não comenta casos específicos, inclusive para não afetar trabalhos de análise ou apuração que entenda pertinentes”.

 

 

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