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Uma em cada quatro mulheres foi vítima de violência durante a pandemia, aponta Datafolha

Iniciativa da Polícia Militar ajuda a socorrer vítimas de violência doméstica que tenham medidas protetivas contra seus agressores

Uma em cada quatro mulheres brasileiras acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência ou agressão durante a pandemia do coronavírus no Brasil. Sendo assim, cerca de 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual nos últimos 12 meses. Os dados integram a terceira edição do levantamento “Visível e Invisível – A vitimização de mulheres no Brasil”, realizado pelo Instituto Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo foi realizado presencialmente com 2.079 pessoas com 16 anos ou mais, em 130 municípios brasileiros, entre os dias 10 e 14 de maio.  Em 2020, ao mesmo tempo em que os casos aumentavam, os números de registros de boletins de ocorrências por violência doméstica apresentavam queda, o que pode ser explicado pelo isolamento social imposto pela pandemia, o que exigia da vítima uma permanência maior dentro de casa junto a seu agressor.

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“Porém, mais de 1 ano depois do início da pandemia no Brasil, não se pode perder de vista que o país tem convivido com um quadro perverso que combina diversas formas de violência, índices muito baixos de isolamento social, mesmo com o recrudescimento da pandemia, e altos níveis de desemprego e perda e/ou diminuição de renda”, diz a pesquisa, que mostra que a falta de autonomia financeira, como perda de emprego e redução da renda, deixaram as mulheres mais expostas à violência. Entre as mulheres vitimadas no período, 61,8% afirmaram que a renda familiar diminuiu. Em relação as que não sofreram violência, o percentual foi de 50%. O estudo mostra que as 46,7% das pessoas do gênero feminino que relataram sofrer violência também perderam o emprego durante a pandemia. A média entre as que não sofreram violência foi de 29,5%.

Segundo o estudo, 4,3 milhões de mulheres (6,3%) foram agredidas fisicamente com tapas, socos ou chutes. Isso significa que, a cada minuto, oito mulheres apanharam no Brasil. Entre os tipos de violência mais comuns está a ofensa verbal (18,6%), como insultos e xingamentos. Cerca de 3,7 milhões de brasileiras (5,4%) sofreram ofensas sexuais ou tentativas forçadas de manter relações sexuais. No Brasil, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento (2,4%), 5,9 milhões (8,5%) relataram ter sofrido ameaças de violência física como tapas, empurrões ou chutes, e 2,1 milhões (3,1%) sofreram ameaças com faca (arma branca) ou arma de fogo.

Em relação ao perfil da vítima, verifica-se que quanto mais jovem, maior a prevalência de violência. Mulheres pretas experimentaram níveis mais elevados de violência (28,3%) do que as pardas (24,6%) e as brancas (23,5%). A pesquisa também aponta que mulheres separadas e divorciadas apresentaram níveis mais elevados de vitimização (35%) do que em comparação com casadas (16,8%), viúvas (17,1%) e solteiras (30,7%). Companheiros, ex-companheiros e familiares são os principais autores de violência e a residência segue como o espaço de maior risco para as mulheres. A maioria (44,9%) não fez nada em relação à agressão mais grave sofrida. Apenas 11,8% denunciaram em uma delegacia da mulher, 7,5% denunciaram em uma delegacia comum, 7,1% das mulheres procuraram a Polícia Militar (190) e 2,1% ligaram para a Central de Atendimento à Mulher. 21,6% das mulheres procuraram ajuda da família, 12,8% procuraram ajuda dos amigos e 8,2% procuraram a Igreja.

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