“Vou exercer o direito ao silêncio”, diz Vaccari a promotor que investiga Lula

  • Por Agência Estado
  • 02/03/2016 16h46

João Vaccari Neto responde perguntas de deputados nesta quinta-feira (09)

Marcelo Camargo/Agência Brasil João Vaccari Neto

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto recusou-se nesta quarta-feira, 2, a responder perguntas do promotor de Justiça Cássio Conserino, que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o tríplex 164/A do Condomínio Solaris, no Guarujá. “Vou exercer o direito ao silêncio”, repetiu várias vezes Vaccari.

Preso na Operação Lava Jato desde abril de 2015, o ex-tesoureiro já foi condenado em uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma cela do Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba – base da investigação -, ele aguarda sentença em outro processo criminal em que é réu por suposto repasse de propinas para o seu próprio partido disfarçada de doação oficial no montante de R$ 2,4 milhões.

Vaccari presidiu a Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop) entre 2005 e 2010. A Bancoop foi a responsável pelo Solaris até que entrou em declínio e transferiu a obra na beira mar para a OAS, empreiteira cujo dono, Léo Pinheiro – também alvo da Lava Jato – é muito próximo de Lula.

A suspeita de Conserino é que o ex-presidente seria o verdadeiro proprietário do tríplex, o que é negado enfaticamente pelos advogados do petista. O promotor investiga se a OAS bancou reforma milionária no imóvel, promovendo adaptações e até instalação de cozinha de alto padrão para presentear a família de Lula.

O promotor pretendia obter novas informações no interrogatório de Vaccari, mas o ex-tesoureiro permaneceu em silêncio durante a audiência, realizada em Curitiba. “Vou exercer o direito ao silêncio”, limitou-se a dizer Vaccari o tempo todo.

O promotor pretende, agora, ouvir Lula, a ex-primeira dama Marisa Letícia, e o filho mais velho do casal, Fábio Luiz. Mas a família Lula já avisou, por seus advogados, que não vai à audiência marcada para esta quinta-feira, 3. O escritório de Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira, defensores do petista, enviou explicações por escrito à Promotoria e ingressou com pedido de habeas corpus preventivo no Tribunal de Justiça de São Paulo para evitar o risco de uma condução coercitiva.

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