Cameron aceita derrota, mas insiste na necessidade de mudança na UE
Bruxelas, 27 jun (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, diz ter aceito sua derrota perante o Conselho Europeu, que, nesta sexta-feira, aprovou por maioria a designação de Jean-Claude Juncker como próximo presidente da Comissão Europeia, mesmo com voto contra do Reino Unido e Hungria.
“Este é um dia ruim para a Europa”, disse Cameron, que ressaltou que a designação de Juncker para conduzir a direção política comunitária “foi um grave erro dos líderes”. “Se tivéssemos trabalhando juntos, teríamos encontrado um candidato alternativo”, disse.
Apesar da derrota, o primeiro-ministro britânico assinalou que “o resultado tem que ser aceito” e ressaltou que a decisão de hoje reafirma sua principal convicção: a de que a “Europa tem que mudar”.
“Agora, o Reino Unido trabalhará com o presidente da Comissão Europeia – como sempre fizemos – para garantir nossos interesses nacionais”, declarou.
O primeiro-ministro britânico também considerou que a decisão tomada hoje no Conselho “corre risco de prejudicar a posição dos governos nacionais e o poder dos Parlamentos nacionais, assim como a adoção de novas prerrogativas ao parlamento Europeu”.
“É importante que o Conselho tenha acordado uma revisão do ocorrido para considerar como será abordada a eleição do próximo presidente do Executivo comunitário”, apontou.
Além disso, Cameron insistiu que o processo de escolha seguido reafirmou sua convicção de mudança na UE, algo que, segundo ele, está relacionado com a “clara mensagem que os eleitores deram nas últimas eleições europeias”.
Cameron ressaltou que não se arrepende de ter se mantido firme na oposição a Juncker, que não era candidato adequado para ele, e assinalou que a “Europa necessita de líderes que lutem pela mudança, independente dos obstáculos, das frustrações e dos custos a curto prazo”.
Questionado sobre os outros cargos comunitários que serão designados nas próximas semanas, como o de presidente do Conselho Europeu ou o de Alto Representante de Política Externa, Cameron disse: “não me importa se (os que ocupam) são de direita ou de esquerda, mas se pode contribuir para esta reforma (da UE)”.
“Necessitamos do candidato correto para contribuir para reformar a UE e reconectá-la com os milhões de pessoas que nas eleições de maio disseram que a organização se mostrava distante, que não entendia os problemas que têm”, afirmou.
Cameron recusou apoiar de maneira formal qualquer um dos nomes que soam para ocupar estes postos, mas assinalou que a primeira-ministra dinamarquesa, Helle Thorning-Schmidt, “tem um bom conhecimento das coisas que devem mudar na UE” e lembrou que seu país e o Reino Unido compartilham a mesma visão do funcionamento da UE. EFE
mb-lpc/fk
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.