Caminhoneiros sérvios bloqueiam única passagem aberta entre Sérvia e Croácia

Belgrado, 23 set (EFE).- Caminhoneiros sérvios bloquearam a única passagem que ainda está aberta para o trânsito de veículos entre a Sérvia e Croácia, em protesto pela decisão de Zagreb de proibir a entrada das transportadoras sérvias em solo croata.

Após bloquear a passagem dos caminhões desde a noite de domingo, a Croácia permitiu ontem a entrada só dos transportes com mercadorias perecíveis, uma decisão que despertou a indignação dos outros caminhoneiros.

A passagem de Batrovci/Bajakovo era a única entre os dois países que estava aberta ao trânsito de automóveis, depois de a Croácia ter fechado, semana passadas os outros sete postos fronteiriços por causa da crise migratória.

Pouco antes da meia-noite, a Croácia, no entanto, abriu a passagem de Tovarnik para permitir o trânsito de passageiros por causa do bloqueio em Bajakovo.

Por Batrovci/Bajakovo é feito o trânsito de mercadorias da Sérvia e de outros países da região para a União Europeia (UE).

A Sérvia anunciou que tomará medidas políticas, jurídicas e econômicas contra a Croácia se hoje não houver um acordo para o desbloqueio do trânsito dos caminhões além da fronteira.

O ministro sérvio de Comércio, Rasim Ljajic, declarou hoje à emissora de televisão “N1” que a filas de caminhões na passagem de Batrovci já alcançam 13 quilômetros.

“Espero que encontremos uma solução que seja do interesse tanto da Sérvia como da Croácia, da economia de nossos países e antes de tudo do futuro de nossas relações”, disse Ljajic.

O ministro negou que a Sérvia tenha um acordo tácito com a Hungria para dirigir os refugiados para a Croácia, como insinuam as autoridades croatas, que receberam mais de 35 mil pessoas que fogem das zonas de conflito, principalmente do Oriente Médio.

Sobre o protesto dos caminhoneiros, Ljajic disse se tratar de uma consequência do fechamento da passagem pela Croácia.

A Croácia assinalou que o fechamento é uma resposta ao envio organizado pela Sérvia de todos os refugiados que chegam a sua fronteira com a Macedônia até os limites com a Croácia. EFE