Candidato colombiano à presidência admite contato com hacker detido
Bogotá, 10 mai (EFE).- O candidato à presidência da Colômbia, Óscar Iván Zuluaga, do movimento uribista Centro Democrático, admitiu neste sábado que teve contato em Bogotá com o hacker Andrés Sepúlveda, detido esta semana pela procuradoria por espionagem e “sabotagem” ao processo de paz do governo com as Farc.
Zuluaga disse em um ato de campanha em Bogotá que seus assessores o lembraram “que em uma oportunidade”, no início da campanha presidencial, conheceu Sepúlveda, que trabalhava em uma empresa familiar que presta serviços ao Centro Democrático e da qual foram interceptados ilegalmente e-mails, acusa a procuradoria.
O candidato acrescentou: “fui visitar o escritório de quem hoje é acusado de atuar ilegalmente, fui para cumprimentar as pessoas que faziam um trabalho de apoio social”.
Zuluaga acrescentou que admite esse contato “com toda a franqueza, com toda a verdade, e atuando sempre de boa fé porque não há outra forma de poder dizer as coisas ao país”.
Ele afirmou haver “uma montagem e um complô” contra sua campanha para deslegitimá-lo nas eleições presidenciais do dia 25 e garantiu que o encontro com Sepúlveda foi dentro da legalidade.
Na terça-feira passada a procuradoria colombiana descobriu um escritório de onde seriam feitas intercepções ilegais de e-mails para “sabotar” o processo de paz que acontece em Cuba. Suspeita-se que também tenham espionado o próprio presidente Juan Manuel Santos.
Sepúlveda foi detido nessa operação e horas depois o Centro Democrático, que é liderado pelo ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), um duro crítico do processo de paz, reconheceu publicamente que o escritório tinha prestado serviços publicitários à campanha de Zuluaga.
O caso levou à renúncia de Luis Alfonso Hoyos, um dos assessores da campanha de Zuluaga, depois de ser descoberto que em 8 de abril ele visitou o canal de televisão “RCN” acompanhado por Sepúlveda.
Ele ofereceu ao diretor do canal, Rodrigo Pardo, informação sobre supostas pressões das Farc para votar a favor do presidente Juan Manuel Santos, candidato à reeleição. EFE
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