Chefe das Forças Especiais líbias se une aos rebeldes de Benghazi
Trípoli, 19 mai (EFE).- O chefe das Forças Especiais líbias, Wanis Abu Hamada, anunciou nesta segunda-feira desde Benghazi seu ingresso nas fileiras lideradas pelo general rebelde Jalifa Hafter, acusado pelo governo de Trípoli de golpista.
Em entrevista coletiva televisionada, Abu Hamada assegurou que se une à “operação Al Karama (dignidade)”, lançada por Hafter na sexta-feira passada contra várias milícias armadas de Benghazi, a segunda cidade do país.
Segundo Abu Hamada, que ressaltou que as Forças Especiais estão “com o povo e com a Batalha da Dignidade”, o objetivo de dita operação é combater o fenômeno dos “grupos armados takfiríes”, extremistas islâmicos que consideram apóstatas o resto dos crentes.
Na sexta-feira, o general reformado Jalifa Hafter, que participou de 2011 do levantamento popular armado contra a ditadura de Muammar Kadafi, atacou os quartéis de várias milícias em Benghazi antes de se retirar a três bairros dos arredores da cidade.
Nos combates, nos quais participaram aviões e helicópteros e foi empregada artilharia pesada, pelo menos 70 pessoas morreram e 141 ficaram feridas.
Após os enfrentamentos, as forças de Hafter se refugiaram em três bairros dos arredores da cidade, onde mantêm suas posições.
O anúncio de Abu Hamada ocorreu em um contexto de informações e desmentidos sobre supostas adesões às forças do general rebelde, que já em fevereiro foi acusado de golpista após propor a dissolução do Parlamento.
O vice-ministro da Defesa, Khaled Sharif, saiu desmentiu um anúncio realizado pelo porta-voz de Hafter, Mohammed al Hiyazi, que tinha assegurado que a base aérea de Tobruk, a maior do leste do país, tinha se unido às forças rebeldes.
“A informação é falsa, o chefe da base área de Tobruk confirmou seu compromisso com a legitimidade e com o Estado-Maior do Exército”, disse Sharif à Agência Efe.
A situação na capital, onde ontem duas milícias da cidade de Zintán pertencentes à guarda fronteiriça atacaram o Parlamento antes de se retirar a seus motins, continua tensa e confusa.
Perante a precipitação dos eventos, o governo propôs ao Parlamento avançar rumo a um consenso nacional entrando em contato com todos os grupos armados e realizar eleições antes de 15 de agosto. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.