Chefe do Exército reclama de cortes e fala em retrocesso

  • Por Agência Estado
  • 26/09/2015 11h03
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*FOTO EMBARGADA PARA JORNAIS DE DE SALVADOR* SALVADOR, BA - 09.02.2012: GREVE/POLÍCIA MILITAR/BA - Soldados do Exército também deixam as dependências da Assembleia Legislativa da Bahia, onde os policiais militares ficaram amotinados por 10 dias. Os PMs desocuparam o local nesta quinta-feira após longo período de negociação. Segundo os policiais, a greve ainda continua no Estado e promete atrapalhar o Carnaval deste ano. (Foto: Raul Spinassé/Ag. A Tarde/Folhapress) Raul Spinassé/Ag. A Tarde/Folhapress Após saída de policiais em greve

Em um cenário de aperto orçamentário, o comandante do Exército, general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, afirmou nesta sexta-feira (25) em audiência pública no Senado que o Brasil corre risco de retroagir “30, 40 anos”. Segundo ele, todos os projetos de Defesa do País estão atrasados.

Convidado pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, o general usou sua apresentação para listar projetos considerados estratégicos que têm sofrido adiamentos nos cronogramas por falta de recursos. Um deles, na área de defesa cibernética, com objetivo de promover segurança em infraestruturas consideradas críticas, como o sistema elétrico, deveria ter ficado pronto em 2014, mas foi “empurrado” para 2017

O sistema Astros, de desenvolvimento de lançadores de foguetes, com 60 empresas envolvidas, além dos fornecedores, tinha previsão de conclusão para 2018. Com as restrições, o novo prazo vislumbrado ficou para 2023.

Segundo Villas Bôas, diversas companhias que já prestaram serviços ainda esperam pagamento. “Houve renegociações até agora Agora, se essas restrições orçamentárias se repetirem por mais um ou dois anos, enfim, eu não acredito que as empresas vão ter condições de sobrevida”, afirmou. “Se me perguntarem qual seria a solução, diria que estamos no limite. Se tirarmos um real desses projetos, as empresas vão ter que descontinuar os projetos.”

Segundo Villas Bôas, os atrasos podem fazer com que os empreendimentos estejam ultrapassados já na data de entrega. “Essas tecnologias se tornam obsoletas com muita rapidez. Esse é um dos efeitos extremamente negativos”, disse. “Estamos correndo um sério risco de retroagirmos 30, 40 anos atrás, quando o Brasil tinha a oitava maior indústria de Defesa do mundo e perdeu todo esse capital”.

Durante a sessão, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) fez críticas à atuação do ministro da Defesa, Jaques Wagner. “Eu vejo o ministro muito mais envolvido com questões políticas do que com o diálogo e com o debate com relação a este colapso que está acontecendo na nossa base industrial da Defesa.”

O general reconheceu que Wagner “está com tempo bastante dedicado às questões políticas”, mas disse que, dentro das possibilidades, tem conseguido algum sucesso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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