China começa a censurar cobertura de acidente durante Ano Novo de Xangai
Pequim, 3 jan (EFE).- O acidente que deixou 36 mortos e dezenas de feridos durante as celebrações do Ano Novo em Xangai, na última quinta-feira, começou a ser censurado pelas autoridades locais, que limitaram o acesso da imprensa aos familiares das vítimas e emitiram várias normas sobre como os fatos devem ser noticiados.
Entre as regras divulgadas pelo departamento de propaganda do Partido Comunista da China está a proibição da publicação de fotos que mostrem homenagens às vítimas, informou neste sábado o jornal “South China Morning Post”.
Os parentes das vítimas estão sendo vigiados pelas autoridades. Veículos de comunicação estrangeiros só conseguem entrevistá-los se pedirem permissões especiais.
Os obstáculos à informação – prática frequente na China – aumentam quando há críticas à má gestão do governo local. Alguns observadores já apontam a possibilidade de existirem vítimas políticas do acidente, o pior ocorrido no país desde a morte de 37 pessoas em um incidente similar em Pequim no ano de 2004.
A polícia de Xangai admitiu ontem que não esperava um público tão grande na praça Chen-yi, cerca de 300 mil pessoas, para participar das festas de fim de ano.
As causas do acidente ainda não foram esclarecidas pelas autoridades. Informações iniciais que sugeriam que o tumulto ocorreu por causa do lançamento de entradas falsas para um bar da região foram desmentidas.
No entanto, já foram detectados erros do governo municipal na organização do evento, especialmente quanto às medidas de prevenção para as grandes aglomerações. Neste ano, por exemplo, foram fechados os acessos mais próximos ao metrô, fato que, conforme as investigações, pode ter sido decisivo para o acidente.
A polícia de Xangai alega que adotou ações de menor proporção porque vários eventos organizados no passado foram suspensos, exatamente com o objetivo de tentar evitar uma grande concentração de pessoas na celebração.
Fontes médicas afirmaram ontem que 13 dos feridos seguem em estado grave. As condições de quatro deles são consideradas como críticas pelos médicos. EFE
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