China começa manobras militares junto à zona de conflito em Mianmar

  • Por Agencia EFE
  • 02/06/2015 08h26

Pequim, 2 jun (EFE).- Forças do Exército de Libertação Popular chinês, armadas com artilharia pesada, tanques e helicópteros, iniciaram nesta terça-feira manobras junto à fronteira de Mianmar, meses depois que a zona foi afetada pelo conflito entre os militares birmaneses e a guerrilha da etnia kokang.

Segundo imagens facilitadas pela televisão estatal “CFTV”, as manobras ocorrem em zonas florestais da província meridional de Yunnan, onde o Exército chinês quer mostrar sua capacidade de mobilização, ataque e funcionamento de suas milícias de reserva, destacou o coronel Tang Jibing, um de seus responsáveis.

Unidades de aviação, artilharia, defesa aérea, infantaria, mísseis balísticos e radar participam dos exercícios.

O espaço aéreo da zona foi fechado ao tráfego e foi restringida a passagem de veículos civis e cidadãos a pé pelas estradas locais, explicou a agência “Xinhua”.

As Forças Armadas chinesas informaram Mianmar sobre os exercícios, mas ainda é desconhecida a data de finalização.

As manobras ocorrem após vários incidentes que fizeram com que o conflito birmanês afetasse diretamente o território chinês, o que causou mal-estar e advertências por parte do regime comunista de Pequim ao país vizinho.

Em março, uma bomba birmanesa provocou a morte de cinco camponeses em Yunnan, à qual a China respondeu declarando as proximidades com a fronteira como zona de emergência.

Além disso, o conflito provocou a chegada em massa de dezenas de milhares de refugiados birmaneses à China.

As manobras ocorrem depois que o Exército chinês realizou outra atividade similar na semana passada a 2 mil quilômetros de fronteira que separam ambos países, que incluíram práticas de combate noturno.

A envolvimento da China no conflito do norte birmanês vai além da vizinhança, já que a maioria dos kokang compartilham a mesma cultura que os han (etnia majoritária da China) e sua região autônoma pertenceu ao gigante asiático até o final do século XIX. EFE

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