Colômbia suspende 50 acusações contra chefes das Farc após acordo em Cuba
Bogotá, 23 set (EFE).- A procuradoria da Colômbia afirmou nesta quarta-feira que o acordo de justiça transicional assinado hoje em Havana pelo presidente Juan Manuel Santos e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”, faz com que sejam suspensas 50 acusações contra a cúpula guerrilheira.
“Com o acordo em Havana estão suspensas 50 acusações contra membros da cúpula das Farc”, sustentou a procuradoria em sua conta no Twitter.
Esta decisão “não significa que serão suspensas as investigações”, ressaltou a entidade, sustentando que seguirá averiguando 38.000 fatos violentos ocorridos ao longo de décadas de conflito armado interno.
O acordo sobre justiça anunciado em Cuba contempla, entre outras coisas, uma anistia para delitos políticos, a criação de um tribunal especial para a paz, e estabelece que a guerrilha deverá entregar as armas em um prazo de 60 dias após a assinatura do acordo definitivo.
Dentro da anistia, a procuradoria apontou que poderão “ser anistiados ou indultados mais de 16.000 membros das Farc por rebelião e outros delitos conexos”, número que surpreende já que o número estimado de guerrilheiros na ativa não supera os 8.000, segundo dados oficiais.
A entidade também destacou que, com este acordo, os guerrilheiros das Farc “podem ser obrigados a permanecer no território nacional”.
“Acredito que hoje demos um passo muito grande para a consecução da paz na Colômbia”, comentou posteriormente o procurador-geral, Eduardo Montelagre, ao analisar o acordo assinado hoje em Cuba. EFE
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