Combates entre rebeldes muçulmanos e exército deixa 41 mortos nas Filipinas
Manila, 29 jan (EFE).- Pelo menos 41 pessoas morreram nos combates que estão ocorrendo desde o fim de semana entre guerrilheiros do grupo rebelde Combatentes Islâmicos do Bangsamoro e o exército na ilha de Mindanao, no sul das Filipinas, informaram nesta quarta-feira fontes militares.
“Houve um intenso tiroteio desde ontem à noite até esta madrugada. Vamos continuar a perseguição do inimigo durante 72 horas”, disse o porta-voz da Sexta Divisão de Infantaria do Exército, o coronel Dickson Hermoso, em entrevista coletiva em Camp Siongco, na província de Maguindanao, segundo a imprensa local.
Os enfrentamentos mais duros ocorreram em Datu Piang, cidade de Maguindanao com cerca de 30 mil habitantes e na fronteira com a província de Cotabato do Norte.
Hermoso afirmou que o exército contabilizou 40 corpos de rebeldes, enquanto a outra vítima é um soldado.
O porta-voz militar acusou os Combatentes Islâmicos do Bangsamoro de recrutar menores como soldados, segundo a agência de notícias filipina “PNA”.
O grupo rebelde surgiu em 2010 de uma divisão da Frente Moura de Libertação Islâmica (FMLI), a principal organização muçulmana armada das Filipinas, ao se opor as negociações de paz com o governo.
O FMLI e o governo alcançaram um acordo no sábado passado na Malásia sobre a última parte das negociações de paz, que poderia pôr fim a um conflito armado de quatro décadas e que causou milhares de mortos.
No dia seguinte, o exército começou uma ofensiva contra os Combatentes Islâmicos do Bangsamoro.
O Centro de Ação para os Direitos Humanos de Mindanao denunciou que centenas de cidadãos das zonas afetadas pelos combates se viram forçados a fugir de seus lares.
Entre 100 mil e 150 mil pessoas, pelo menos 20% delas civis, morreram em quatro décadas de conflito separatista no sul das Filipinas, que além disso paralisou o desenvolvimento de uma região rica em recursos naturais e empobreceu a população. EFE
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