Combates no aeroporto de Donetsk evidenciam fragilidade de trégua

  • Por Agencia EFE
  • 14/09/2014 18h02
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Boris Klimenko.

Kiev, 14 set (EFE).- Os combates registrados neste domingo no aeroporto da cidade de Donetsk, principal base dos separatistas pró-Rússia, evidenciaram a fragilidade da trégua acordada há pouco mais de uma semana no leste da Ucrânia.

O comando militar ucraniano e a chefia das milícias separatistas trocaram acusações hoje sobre violações ao regime de cessar-fogo na região do aeroporto de Donetsk, que tinha um milhão de habitantes antes da explosão do conflito.

Depois do meio-dia, um porta-voz dos rebeldes informou que as ações militares na zona do aeroporto haviam “cobrado intensidade”.

“As forças ucranianas castigam com artilharia os distritos de Kievski e Kirovski de Donestk, e um povoado da mina Oktiabraskaya”, disse à agência russa “Interfax” um representante dos rebeldes.

Segundo os separatistas, os confrontos nesses dois distritos causaram pelo menos cinco mortos, número que não foi confirmado por outras fontes.

“Pelo visto, os disparos saíram das posições de tropas ucranianas na região do aeroporto”, indicou um porta-voz da autoproclamada República Popular de Donetsk.

O aeroporto da cidade, localizado dentro dos limites urbanos, se transformou há vários meses em um cenário de combates, não encerrados mesmo com o acordo de cessar-fogo.

“As ações militares se desenvolvem em um raio de 1,5 quilômetros do aeroporto”, disse à “Interfax” um membro do Estado-Maior das milícias.

Segundo o site da prefeitura de Donetsk, houve vários avisos de incêndio durante o dia, mas os bombeiros não puderam ir aos locais por causa dos combates.

Por outro lado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lysenko, informou que as tropas ucranianas foram atacadas em várias regiões no leste do país, em particular, as forças posicionadas no aeroporto.

Apesar das reiteradas violações à trégua, separatistas e militares ucranianos realizaram hoje uma troca de 73 prisioneiros. Esse é um dos pontos tratados pelo acordo de cessar-fogo assinado no último dia 5, em Minsk.

Enquanto isso, em Kiev, as principais lideranças políticas ucranianas definiam estratégias e listas de candidatos para as eleições parlamentares antecipadas convocadas para 26 de outubro.

O bloco liderado pelo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, designou como uma das cabeças da lista o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko. O primeiro-ministro Arseni Yatseniuk concorrerá as eleições como número um da lista de candidatos da Frente Popular. A ex-primeira-ministra Yulia Tymoshenko cedeu à militar Nadezhda Savchenko, detida na Rússia, a ponta da lista de seu partido, Batkivshina.

O Partido das Regiões, do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, renunciou hoje a participação das eleições. Ao anunciar a decisão, o deputado Boris Kolesnikov, secretário geral do partido, afirmou a legenda “não tem direito moral de participar de um pleito em que sete milhões de eleitores não poderão votar”, em alusão aos cidadãos que vivem nas áreas afetadas pelo conflito armado. EFE

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