Condenado à morte nos EUA leva duas horas para morrer após injeção letal
Washington, 23 jul (EFE).- Joseph Wood, homem que estava no corredor da morte no estado do Arizona, condenado por um duplo assassinato, morreu nesta quarta-feira, quase duas horas depois de receber a injeção letal, situação que promete reabrir o debate sobre a pena capital nos Estados Unidos.
Seus advogados tentaram interromper a execução em um pedido de emergência no qual alegaram que seu cliente tinha agonizado por mais de uma hora.
“Solicitamos respeitosamente que este tribunal interrompa a execução e peça ao Departamento de Correções que tome providências para salvar vidas em seu protocolo”, afirmaram os advogados na solicitação de clemência.
“Ele ainda está vivo. Esta execução viola o direito do senhor Wood garantido na Oitava Emenda (da Constituição) de ser executado sem um castigo cruel ou incomum”, acrescentaram os advogados.
O procurador-geral do estado declarou Wood morto antes de o tribunal se pronunciar sobre o pedido.
Em 29 de abril houve outra execução polêmica, de Clayton Lockett em Oklahoma, que se prolongou por 40 minutos após a injeção da combinação letal, provocando o sofrimento do detento, que morreu de ataque cardíaco
Os problemas surgidos durante a execução de Lockett causaram grande polêmica nacional e levaram o presidente Barack Obama a pedir ao secretário de Justiça, Eric Holder, um “análise” dos métodos com os quais se aplica a sentença.
Os advogados de Wood apresentaram várias apelações nos últimos dias para impedir a execução, todas negadas pela Suprema Corte dos EUA.
Uma das apelações sustentava que seu direito à Primeira Emenda da Constituição foi violado quando o estado do Arizona se negou a revelar detalhes da execução, incluído o nome dos provedores da combinação letal.
A Suprema Corte do Arizona adiou a execução nesta quarta-feira para considerar uma apelação de último minuto em que a defesa sustentava que sua sentença não tinha sido adequada, mas decidiu finalmente dar continuidade ao processo.
Wood foi condenado à pena de morte por matar a tiros em 1989 de Debbie Dietz, de 29 anos, e seu pai, Gene Dietz, de 55, em uma oficina de automóveis na cidade de Tucson.
O réu tinha mantido uma relação complicada com a jovem na qual abusou dela repetidamente. Ela terminou o relacionamento e e obteve uma ordem de restrição contra Wood. EFE
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