Covas descarta lockdown em São Paulo e afirma que restrições não irão aumentar

Declaração foi dada em meio ao avanço de internações por Covid-19 nos hospitais da rede pública e privada

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2020 12h30 - Atualizado em 19/11/2020 14h31
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ANTONIO MOLINA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO NÃO USAR ESTA FOTO

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta quinta-feira, 19, os números do novo coronavírus no município não apontam a necessidade de lockdown e que não há motivos para retroceder na flexibilização das atividades liberadas na capital paulista, apesar do aumento do número de internações nas redes pública e privada. Mais cedo, Covas havia dito para jornalistas que não há uma segunda da pandemia em São Paulo. Até esta quarta-feira, 18, o município havia registrado 387.228 casos, com 14.066 óbitos, 1% a mais do que no dia anterior, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde. “Não é o momento para ampliar a flexibilização, como não há necessidade de retroceder no que já foi feito. Vamos continuar no mesmo estágio, com as mesmas atividades abertas, com o mesmo protocolo”, afirmou Covas.

O prefeito afirmou que o número de casos já era aguardado desde a divulgação do inquérito sorológico há 35 dias, que apontava o crescimento de infecções entre as classes A e B. Em entrevista coletiva, Covas também afirmou que o número de pacientes que não são residentes de São Paulo internados na rede hospitalar da cidade era de 13% em março, e passou para 20% neste mês. Apesar de afirmar mais de uma vez que a situação está estável, a pasta da Saúde anunciou a criação de 200 novos leitos nos hospitais municipais de Brasilândia, Parelheiros e Bela Vista.

Covas também afirmou que não há previsão para mudanças na rede municipal de educação. De acordo com o prefeito, serão mantidas as aulas regulares aos alunos do ensino médio e as atividades extracurriculares para as crianças matriculadas no ensino fundamental. A Prefeitura irá realizar uma avaliação pedagógica com os alunos em dezembro para o nível de aprendizado ano. Segundo o secretário municipal de Educação, Bruno Caetano, os estudantes que estão cursando o terceiro ano do ensino médio em 2020 poderão optar por repetir as matérias em 2021. “Todos os demais alunos continuarão na rede com o processo de recuperação nos próximos anos”, afirmou.

Números da pasta da Saúde apontam que os hospitais públicos estão com 61% dos leitos ocupados, enquanto na rede privada a taxa de ocupação chega a 76%. O aumento já foi percebido pelos hospitais particulares no município. Um dos casos é oSírio Libanês, que voltou a registrar 120 internações neste mês, mesmo número de abril, pico da pandemia no Brasil – em outubro, esse número havia caído para 80. Do total de doentes, 50 estão em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já no HCor, no dia 10 de outubro, 19 pacientes estavam internados, e o número subiu para 30 no dia 10 deste mês – destes, 10 estão em UTI. Em 26 de maio, o total de pessoas internadas por Covid-19 na unidade era de 74 pacientes. O aumento também passa a ser percebido nos hospitais municipais. Em uma semana, as internações na cidade por causa da doença subiram de 581 para 644, um aumento de 10,84%, de acordo com dados da ferramenta Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Unesp e da USP. Além disso, o governo anunciou, nesta segunda-feira, 16, que a última semana epidemiológica se manteve estável em relação à anterior quanto ao número de novos casos (3.664) e óbitos por Covid-19 (88), mas registrou umaalta de 18% nas internações no Estado — de 859 para 1.009, considerando hospitais públicos e privados.

 

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