CPMI da Petrobras pede cópia de delação premiada de ex-diretor da companhia

  • Por Agencia EFE
  • 08/09/2014 21h45
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Brasília, 8 set (EFE).- O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, o senador Vital do Rêgo (PMDB), solicitou nesta segunda-feira à Justiça uma cópia do depoimento do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, que envolve dezenas de políticos em um esquema de corrupção.

O senador enviou dois ofícios, um para a Justiça Federal do Paraná e outro para o Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando que os legisladores possam ter acesso a uma cópia do depoimento de Costa, informou o Senado.

Em um interrogatório ao qual foi submetido na semana passada pela Polícia Federal, o ex-diretor de Petrobras, que se comprometeu a colaborar em troca de uma redução de sua pena, citou vários políticos que supostamente receberam propinas milionárias de empreiteiras por contratos da estatal entre 2004 e 2012.

Segundo versões de imprensa ainda não confirmadas pela polícia, o delator citou como beneficiados alguns congressistas dos partidos da base aliada do governo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, ente outros.

As mesmas versões garantem que o depoimento também envolve o ex-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo e foi substituído por Marina Silva, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro.

Vital do Rêgo alegou em seu pedido ao STF que a comissão convocou Paulo Roberto Costa para ser ouvido na CPMI, mas que antes disso os legisladores necessitam ter acesso a uma cópia de seu depoimento para poder preparar as perguntas.

“Vamos esperar que a Justiça nos envie essa informação para poder convocá-lo”, afirmou o senador.

A delação do ex-diretor da Petrobras se transformou no principal assunto da campanha eleitoral e levou a atual presidente a garantir hoje que também pedirá à Justiça uma cópia do depoimento para saber se membros do seu governo estão envolvidos no esquema.

“Nós gostaríamos de ter acesso a essa informação para poder tomar todas as providências e tomar essas medidas baseadas em informações oficiais. A própria revista que revela estes fatos não revela de onde tirou essas informações.”, afirmou hoje a governante em uma sabatina organizada pelo jornal “O Estado de São Paulo”.

Marina Silva, por sua vez, garantiu que Dilma tem “responsabilidade política” em qualquer assunto da Petrobras, pois, antes de assumir como chefe de Estado, integrou o conselho administrativo da estatal em sua condição de ministra de Minas e Energia e de ministra Chefe da Casa Civil.

A candidata do PSB acusou o governo de ter sido “conivente” com as eventuais irregularidades na Petrobras.

“Quem manteve toda essa quadrilha que está acabando com a Petrobras foi o atual governo, que, conivente, deixou que todo esse desmando acontecesse em uma das empresas mais importantes do país”, afirmou.

Sobre as acusações contra Eduardo Campos, a ex-ministra do Meio Ambiente afirmou que o PSB defende que as investigações continuem para descobrir a verdade “doa a quem doer”.

Por outro lado, o candidato Aécio Neves, do PSDB e terceiro colocado nas pesquisas, exigiu que as denúncias sejam investigadas com rigor.

“É muito importante que essas investigações sejam aprofundadas, que os responsáveis por esses desvios sejam punidos, mas o fato concreto é que, durante todos os últimos nove anos, o mensalão continuou a existir nesse governo”, afirmou o tucano. EFE

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