Cuba e EUA criarão comissão para avançar em relação bilateral
Havana, 14 ago (EFE).- Cuba e Estados Unidos acordaram nesta sexta-feira criar uma comissão bilateral para definir os temas que discutirão, após restabelecerem oficialmente suas relações diplomáticas, anunciou hoje o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
“Nas próximas semanas representantes dos dois governos deverão ter os primeiros intercâmbios de trabalho sobre como avançar nesta comissão”, disse Rodríguez em entrevista coletiva conjunta com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, após uma reunião entre eles a portas fechadas.
A criação deste mecanismo ajudará a “definir os temas que deverão ser abordados de imediato, incluindo assuntos pendentes de solução”, alguns “muito complicados”, afirmou o chanceler cubano.
Sobre esta comissão, Kerry disse que os encontros começarão “quase imediatamente, na primeira ou segunda semana de setembro”, quando uma delegação americano viajará a Havana.
“Nos próximos dias poderemos traçar uma roteiro para dar os passos que tornem possíveis passar a outro nível” na relação entre os países, ressaltou o secretário de Estado.
O chanceler cubano lembrou que Estados Unidos e Cuba têm concepções distintas em temas de soberania nacional, democracia, direitos humanos, relações de Estado, leis internacionais, e também na “interpretação da história, incluída a da última metade de século XX”.
“Estamos dispostos a conversar sobre qualquer um destes temas, aceitando que em alguns será difícil chegar a um acordo”, acrescentou.
Rodríguez destacou que Cuba “se sente muito orgulhosa de sua trajetória ao garantir os direitos humanos indivisíveis, as liberdades e direitos civis, e a igualdade de condições para cada cubano e cubana”.
Também assinalou que Cuba tem preocupações sobre o tratamento destes assuntos nos EUA e lembrou que na ilha não existe brutalidade policial ou desigualdade racial, nem se observou “a deterioração de alguns modelos eleitorais” em Cuba, onde só o Partido Comunista concorre.
Rodríguez insistiu ainda que, para a plena normalização de relações entre os dois países, é “essencial” o levantamento do embargo econômico sobre a ilha, assim como “a devolução do território usurpado em Guantánamo”.
Rodríguez disse acreditar que os Estados Unidos deveriam compensar os cidadãos cubanos pelos danos causados por sua política para a ilha nos últimos 50 anos, e acrescentou que Cuba aspira que sua soberania seja absolutamente respeitada. EFE
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