Depressão é maior causa de consulta na América Latina, dizem especialistas

  • Por Agencia EFE
  • 21/06/2014 15h32

Santo Domingo, 21 jun (EFE).- Um congresso regional de psiquiatria realizado em Santo Domingo, capital da República Dominicana, divulgou dados que revelam que a depressão é a principal causa de consulta psiquiátrica na América Latina.

De acordo com as estatísticas apresentadas pela especialista Olga Casado Blancas, os latino-americanos que mais sofrem essa doença são, em 46,3%, os que possuem apenas o nível primário; seguidos em 40,7% dos que realizaram estudos secundários.

A especialista afirmou, em comunicado enviado pelos organizadores do XVIII Congresso Centro-Americano de Psiquiatria, que os que menos se queixam de depressão são os profissionais, 12%, e a população analfabeta, 0,9%.

Ela explicou que o estado civil também influência. Segundo Olga, 63% dos deprimidos são casados; 20,4% são separados; 8,3% são solteiros; e 7,4% são viúvos. Dessa totalidade, 34,6% têm familiares que sofrem o mesmo.

A especialista afirmou ainda que a depressão nas mulheres na etapa da menopausa pode ser causada por diversos fatores, como questões financeiras, baixo nível de escolaridade, obesidade, doenças crônicas, antecedentes de depressão e consumo de álcool.

As estatísticas mostram que os mais afetados pela depressão têm entre 20 e 50 anos, mas que já há registros em pessoas mais jovens. A psiquiatra Rhody Peña alertou sobre o aumento da doença em crianças e adolescentes, com maior frequência nas mulheres; e que estudos realizados desde 1940 neste mesmo setor da população e em adultos, estabelecen que este transtorno aparece cada vez mais cedo.

“Apesar de muitos só procurarem uma consulta psiquiátrica em último caso, nos últimos tempos um dos principais transtornos que leva os pacientes a um consultório psiquiátrico é a depressão”, indicou.

Já Enrique Acuña afirmou que perceber a presença dessa doença deve ir além de notar sintomas como desânimo, ansiedade, medo, irritabilidade e solidão.

“É preciso ter certeza que o paciente saiu da anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) ou falta de interesse, para a alegria, entusiasmo, recuperando as energias, a motivação e a confiança em si mesmo”, apontou.

Ele explicou que um dos efeitos mais devastadores da depressão é o “embotamento afetivo”, quando a pessoa perde a vontade de estar com a família, trabalhar e estudar.

No entanto, o Héctor Guerrero Heredia destacou que os sintomas da depressão não são apenas emocionais, mas também físico e causam dor.

“Possui múltiplas dimensões, provocados por uma baixa na serotonina, como mudança no padrão do sono e nas habilidades psicomotoras, excessiva preocupação com a saúde física, diminuição da concentração e falta de apetite”, considerou. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.