Dilma se encontra pela 1ª vez em campanha com principais adversários

  • Por Agencia EFE
  • 29/07/2014 16h02
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Brasília, 29 jul (EFE).- A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff, se encontrará nesta quarta-feira pela primeira vez na campanha eleitoral com seus dois maiores adversários, Aécio Neves e Eduardo Campos, em um evento de apresentação das propostas econômicas.

Os três grandes protagonistas do processo eleitoral participarão de um evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apresentarão, separadamente, as propostas para o setor e escutarão os planos que têm os candidatos para impulsionar a atividade industrial.

Desde que começou a campanha, em 5 de julho, na reta final da Copa do Mundo, os três candidatos mantiveram uma atividade política limitada, principalmente por causa do torneio.

A reunião na CNI será, de algum modo, o início para valer da campanha para as eleições de 5 de outubro, que têm Dilma como favorita, mas não descartam a possibilidade de segundo turno com Aécio, o que colocaria Campos como o fiel da balança.

As últimas pesquisas mostram Dilma com quase 40% das intenções de voto, contra 22% de Aécio e 10% para Campos.

Esses resultados levariam a definição para o segundo turno, no qual, de acordo com as pesquisas, Dilma teria pouco mais de 40% e Aécio chegaria aos 35%.

A diferença entre eles diminuiu nos últimos meses, e as empresas de pesquisa atribuíram essa tendência à queda do crescimento da economia, sentida pela população principalmente pela inflação, estimada pelo Banco Central para este ano muito próxima do teto da meta.

O aumento dos preços diminuiu o consumo interno, que foi nos últimos anos o motor da atividade econômica, o que diminuiu o ritmo do investimento privado.

Segundo a CNI, há também fatores estruturais que embarreiram o crescimento, diminuem os investimentos e favorecem a inflação, como o confuso e burocrático sistema tributário.

Nos documentos que entregarão amanhã aos candidatos à presidência, os industriais apresentarão a “urgência” de encarar uma profunda reforma tributária, que permita reduzir os impostos e simplificar a tributação.

Segundo a CNI, a atual carga tributária no Brasil é equivalente a cerca de 38% do Produto Interno Bruto (PIB), mas o Estado não o devolve para a sociedade com serviços públicos adequados e ainda existem sérias carências em infraestruturas, o que encarece os produtos.

Nesse sentido, a CNI proporá amanhã uma “modernização” da atual estrutura tributária, que acabe com uma “acumulação” de impostos cobrados em nível regional e nacional, e os unifique, a fim de baratear os custos tributários e simplificar a arrecadação.

Segundo cálculos da CNI, a atual forma de arrecadação encarece em média 10,6% todo projeto de investimento, por isso a reforma tributária estimularia o desenvolvimento de novas iniciativas na empresa privada.

De acordo com os industriais, o sistema tributário é um bloqueio para o crescimento econômico, que segundo cálculos da CNI será neste ano de apenas 1%.

Essa projeção está alinhada com as do sistema financeiro, que calculam que a economia brasileira crescerá em 2014 0,9%, mas é bem mais baixa do que a do governo, que no último relatório estimou o crescimento do PIB em 1,8%. EFE

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