Duplicação de estradas atrasa no interior
Seis trechos de rodovias estaduais estão com o cronograma de duplicação atrasados e criam transtornos para os motoristas no interior de São Paulo. Quatro obras já em andamento estão marcadas pelos sucessivos adiamentos na entrega. Outras duas foram lançadas, mas ainda não saíram do papel. São trechos administrados pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão do governo estadual.
Juntos, somam 131,1 quilômetros de estradas em processo de duplicação, ligando regiões importantes do interior. Uma delas, a João Leme dos Santos (SP-264), que liga Sorocaba a Salto de Pirapora, já teve a entrega adiada por cinco vezes. Palco frequente de acidentes graves, a estrada dá acesso ao câmpus da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a condomínios residenciais e é rota de escoamento de produção agrícola.
Iniciada em novembro de 2013, a duplicação deveria ter sido concluída em fevereiro de 2015, mas as máquinas continuam na estrada. Os motoristas reclamam de desvios mal sinalizados e da retenção excessiva do tráfego. O DER informou que 51 processos de desapropriação, alguns ainda em andamento, e interferências com linhas de gás, energia e fibra óptica ocasionaram o atraso.
“É um convívio horrível com barulho de máquinas, poeira, buzinas, freadas. Já foram três anos de aflição e parece que a obra não termina nunca”, afirmou a dona de casa Nasária Fernandes de Moraes, de 49 anos, moradora do bairro Green Valley, em Votorantim, cortado pelas obras.
Apesar dos transtornos, ela acredita que a duplicação vai reduzir acidentes no trecho onde, há seis anos, quase perdeu a vida. “Desci do ônibus do outro lado e tentava cruzar a estrada, mas uma moto me pegou em cheio.” Foram meses de internação e dez cirurgias para salvar a perna direita, que precisou de vários pinos. “Meu joelho ainda não dobra”.
Problemas com desapropriações também afetam a conclusão da duplicação da Rodovia Geraldo de Barros (SP-304), entre Piracicaba e São Pedro, que foi adiada pela quarta vez. A obra, numa extensão de pouco mais de dez quilômetros, deveria ter sido entregue em outubro de 2015. Depois, o DER anunciou que a entrega seria em março deste ano. Próximo da data, houve novo adiamento, desta vez para setembro. O departamento também atribuiu o atraso à troca de comando na empresa vencedora da licitação. A conclusão, agora, está prevista para abril de 2017.
Na Rodovia Waldomiro Corrêa de Camargo (SP-79), entre Sorocaba e Itu, o entrave está em um trecho de 300 metros que falta para o encerramento da obra. Iniciada em outubro de 2012, a obra deveria ter ficado pronta em maio de 2014. O DER alega que 14 desapropriações foram parar na Justiça. Enquanto isso, os trechos que já ficaram prontos estão se deteriorando. A via recebe tráfego intenso entre a Rodovia Castelo Branco e o distrito industrial de Sorocaba, e os congestionamentos são diários.
O governo anunciou a duplicação de trechos em outras duas rodovias estaduais, mas, apesar dos projetos terem sido lançados, as obras não foram iniciadas. A nova pista da Bunjiro Nakao (SP-250), entre Ibiúna e Vargem Grande Paulista, e a Alkindar Monteiro Junqueira (SP-63), de Bragança Paulista a Itatiba, ainda aguardam lançamento da licitação.
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