É preciso separar operações de empresas das investigações, diz Jaques Wagner

  • Por Estadão Conteúdo
  • 24/02/2015 15h47
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MÁRCIO FERNANDES/AGÊNCIA ESTADO/AE Governador da BA

Após visitar a unidade de construção do submarino de propulsão nuclear em Itaguaí (RJ), o ministro da Defesa, Jaques Wagner, defendeu as empresas e empreiteiras brasileiras que estão desenvolvendo projetos estratégicos para o País, como é o caso da Odebrecht Defesa e Tecnologia, que participa deste trabalho. 

“É preciso separar as investigações que correm e a agenda de governo. Não vamos parar o País para assistir ao espetáculo da investigação”, afirmou Vagner nesta terça-feira, 24. Na opinião do ministro da Defesa, “a luta pela corrupção é ininterrupta porque onde tem dinheiro, tem sedução, e infelizmente é assim”.

Jaques Wagner descartou a possibilidade de haver qualquer tipo de reconsideração em relação à Odebrecht por causa das denúncias da Operação Lava Jato, que atingem inúmeras empresas. “De jeito nenhum”, disse ele, ao ser questionado se haveria reavaliação em relação à empresa. 

O ministro lembrou que é preciso separar o que é bem-vindo das investigações e das operações que as empresas executam. Citou ainda que a Odebrecht, parceira no projeto do submarino, “representa a inteligência nacional”.

Na opinião do ministro, “é importante que a luta contra a corrupção seja feita, mas que não se perca a inteligência nacional”. O ministro reiterou discurso feito pela presidente Dilma Rousseff, que defende a preservação das empresas para que elas não sejam atingidas pela corrupção, punindo apenas as pessoas. 

“Ela é uma grande empresa. Não temos qualquer constrangimento”, disse Jaques Wagner, acrescentando que quem tiver problemas, que os enfrente.

“Não vamos jogar a criança com água suja fora. Vamos só jogar a água fora e proteger a criança, que representa as empresas”, emendou. O projeto do submarino está orçado em cerca de R$ 30 bilhões e a previsão de lançamento do primeiro submarino convencional é 2018. Até hoje já foi investido no projeto um total de R$ 12,5 bilhões.

Criada em 2011, a Odebrecht Defesa e Tecnologia atua no contexto da implantação da Estratégia Nacional de Defesa (END), para modernização do setor e reestruturação da indústria de defesa nacional. 

A Odebrecht Defesa e Tecnologia atua no mercado de defesa por meio da Itaguaí Construções Navais (ICN), voltada para a construção de submarinos com propulsão convencional e com propulsão nuclear do Programa Nacional de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), da Marinha do Brasil; Consórcio Baia de Sepetiba (CBS), responsável pelo planejamento, coordenação, gestão e administração das interfaces do PROSUB; e Mectron, com foco no desenvolvimento e fabricação de produtos de alta tecnologia e sistemas complexos para usos militar e civil.

Por meio do Programa de Desenvolvimento de Submarinos, a Odebrecht Defesa e Tecnologia, em parceria com a francesa DCNS, produz o primeiro submarino com propulsão nuclear do Brasil e outros quatro submarinos com propulsão convencional.

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