Ações do Carrefour despencam 6% após onda de protestos por homem assassinado
Papeis da rede supermercadista vão na contramão do Ibovespa, que avança acima dos 107 mil pontos com expectativa por vacina e campanha de imunização nos EUA
As ações do Carrefour despencaram mais de 6% na Bolsa de Valores brasileira nesta segunda-feira, 23, na esteira da repercussão do assassinato de João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças da rede de supermercados em Porto Alegre, na noite de quinta-feira, 19. Os papeis do grupo francês, que são identificados como CRFB3, lideram as perdas do Ibovespa, o principal índice da B3, e vão na contramão do avanço da bolsa com a divulgação de avanços nas pesquisas de vacinas contra o novo coronavírus. O mercado interno também reflete o bom humor dos pregões internacionais com a expectativa de início de uma campanha de imunização nos Estados Unidos ainda em 2020. Próximo das 14h30, as ações do Carrefour recuavam 5,6%, enquanto o Ibovespa avançava 0,9%, aos 107.034 pontos.
A desvalorização do Carrefour ocorre em meio aos protestos realizados desde a sexta-feira, 20. Em São Paulo, manifestantes chegaram a atear fogo dentro de uma unidade da rede supermercadista. Manifestações também foram registradas em Porto Alegre, Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. João Alberto morreu na última quinta-feira após ter sido espancado e asfixiado por dois seguranças contratados pelo supermercado. Os envolvidos foram presos em flagrantes e autuados por homicídio doloso — quando há a intenção de matar —, triplamente qualificado. A repercussão do assassinato do homem negro por dois seguranças brancos, às vésperas do Dia da Consciência Negra, reascendeu as discussões sobre racismo estrutural no país.
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