Auxílio emergencial será renovado até outubro por atraso na vacinação
Extensão por três meses manterá o mesmo número de beneficiados e parcelas de R$ 150 a R$ 375; programa deve encerrar com o lançamento do novo Bolsa Família
O auxílio emergencial será renovado até outubro por causa do atraso no cronograma de vacinação contra a Covid-19, confirmou à Jovem Pan nesta segunda-feira, 14, um auxiliar próximo das discussões. O benefício, que estava previsto para ser encerrado em julho, manterá o mesmo número de participantes e o valor de parcelas. Atualmente, cerca de 40 milhões de famílias recebem mensalidades que variam de R$ 150 a R$ 375, com ticket médio de R$ 250. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já havia afirmado na semana passada que o auxílio seria renovado “por mais dois ou três meses”, a custo de R$ 18 bilhões aos cofres públicos. O governo vai lançar mão de R$ 11 bilhões por meio de crédito extraordinário — fora do teto de gastos —, com mais R$ 7 bilhões que sobraram do orçamento previsto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, responsável pela reedição do benefício neste ano.
Segundo um técnico da equipe econômica, a prorrogação do benefício é reflexo dos atrasos na imunização dos brasileiros contra o novo coronavírus. A expectativa do governo federal é que a maior parte da população adulta do Brasil já tenha sido vacinada com a primeira dose até outubro, de acordo com as previsões dadas por governadores. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou neste domingo a antecipação de 15 dias do calendário de vacinação, com previsão para que todos acima de 18 anos recebam a primeira dose até 15 de setembro. Na semana passada, Guedes afirmou que não descarta uma nova prorrogação a partir de outubro, caso a pandemia ainda não tenha sido controlada. “Se não estiver [sob controle], nós estendemos de novo. Quem dirige a extensão do auxílio emergencial é a pandemia. Não é um fator político, é técnico”, afirmou.
A proposta do governo é encerrar o auxílio emergencial com o lançamento de um programa social para substituir o Bolsa Família. Segundo fontes do governo, as equipes da Economia e da Cidadania, a pasta responsável pela condução das ações sociais, estão buscando a unificação de outros programas de transferência em uma mesma bandeira. Atualmente, o Bolsa Família atende cerca de 14,7 milhões de famílias com mensalidade de aproximadamente R$ 190. A ideia é aumentar o valor de beneficiados e mensalidades. De acordo com membros da equipe econômica, o aumento da arrecadação em 2021 e a concentração destes programas devem dar impulso para o lançamento de uma iniciativa mais robusta antes do fim do ano.
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