Banco Central dos EUA anuncia o corte de estímulos em meio ao avanço da inflação
Fed vai reduzir de forma gradual a compra de títulos públicos nos meses de novembro e dezembro; juros serão mantidos em taxas mínimas de 0% e 0,25% ao ano
O Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês) — o Banco Central dos Estados Unidos — anunciou nesta quarta-feira, 3, a redução de estímulos à economia por meio da compra de títulos públicos. A partir do fim de novembro, a autoridade monetária irá cortar US$ 15 bilhões da aquisição mensal, passando de US$ 120 bilhões para US$ 105 bilhões mensais. O Fed indicou que deve fazer uma nova redução de US$ 15 bilhões em dezembro, passando a compra para US$ 90 bilhões. “O Comitê julga que reduções semelhantes no ritmo de compras de ativos líquidos provavelmente serão apropriadas a cada mês, mas está preparado para ajustar o ritmo de compras se for justificado por mudanças nas perspectivas econômicas”, informou a ata da autoridade monetária. A despeito do corte nos estímulos, o Fed não alterou os juros, mantendo a taxa em níveis mínimos entre 0% e 0,25%, e afirmou que “espera que seja apropriado manter essa faixa-alvo até que as condições do mercado de trabalho tenham alcançado níveis consistentes com os do Comitê”.
A redução dos estímulos monetários já era aguardada pelo mercado em meio ao avanço da inflação doméstica aos maiores índices das últimas décadas. No acumulado de 12 meses, a inflação ao consumidor foi a 5,4% em setembro, puxada principalmente pelo encarecimento dos alimentos e dos combustíveis. “A inflação está elevada, refletindo em grande parte fatores que se espera sejam transitórios. Os desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia contribuíram para aumentos consideráveis de preços em alguns setores”, informou o Fed. Segundo a autoridade monetária, o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a queda de restrições devem continuar impulsionado as atividades. “A trajetória da economia continua dependendo do curso do vírus. Espera-se que o progresso na vacinação e uma redução das restrições de oferta apoiem os ganhos contínuos da atividade econômica e do emprego, bem como a redução da inflação. Os riscos para as perspectivas econômicas permanecem.”
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.