Bolsonaro anuncia novo presidente da Petrobras

Nome escolhido é do general Joaquim Silva e Luna, que substituirá Roberto Castello Branco

  • Por Jovem Pan
  • 19/02/2021 19h27 - Atualizado em 19/02/2021 20h33
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Agência Petrobras/Geraldo Falcão Logo da petrobras escrito em azul em uma plataforma. Na foto, só enxergamos uma parte do edifício Estatal perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado nesta sexta-feira, 19, após as falas do presidente Jair Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta sexta-feira, 19, pelas redes sociais que escolheu o general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco na presidência da Petrobras e como Conselheiro de Administração da empresa. “O governo decidiu indicar o senhor Joaquim Silva e Luna para cumprir uma nova Missão, como Conselheiro de Administração e Presidente da Petrobras, após o encerramento do Ciclo, superior a dois anos, do atual Presidente, Senhor Roberto Castello Branco”, diz o comunicado publicado no Facebook. Luna é um general da reserva do Exército, que foi Ministro da Defesa entre 26 de fevereiro de 2018 e 1º de janeiro de 2019. Atualmente é Diretor-Geral da Itaipu Binacional.

Confira o comunicado:

O último pregão da Bolsa de Valores da semana foi marcado por uma forte queda para a Petrobras. Isso porque a estatal perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado nesta sexta-feira, 19, após as falas do presidente Jair Bolsonaro sobre a empresa. Em transmissão ao vivo realizada na quinta, 18, o presidente falou em mudanças na Petrobras e chamou de “excessivos” os aumentos no valor dos combustíveis determinados pela petroleira. Apesar de afirmar que não possui controle sobre a empresa, investidores enxergaram nas falas do presidente uma nova ameaça de ingerência nos preços dos combustíveis. As declarações não repercutiram bem e levaram as ações preferenciais da estatal a recuarem 6,12% enquanto que as ordinárias caíram 7,54%. Com isso, a Petrobras, que começou a sexta valendo R$ 383 bilhões, encerrou o dia com valor de R$ 354,8 bilhões.

Bolsonaro também anunciou mudanças na taxação federal sobre gás de cozinha e diesel a partir do dia 1º de março. Segundo ele, após reunião com o ministro Paulo Guedes e com a equipe econômica, o governo federal decidiu fazer mudanças nos impostos a partir do próximo mês. “A partir de 1º de março não haverá mais qualquer tributo federal no gás de cozinha, ad eternum. Não haverá qualquer tributo federal no gás de cozinha, que está em média hoje R$ 90 na ponta da linha, lá para o consumidor”, afirmou. Segundo o presidente, além do GLP, o diesel também terá a anulação dos tributos federais a partir de março. No caso do combustível, a diminuição do valor valerá por dois meses.

Questionamentos sobre alta nos preços dos combustíveis

A mudança vem após questionamentos do presidente sobre a política de Castello Branco devido ao aumento do preço dos combustíveis. Em 8 de fevereiro, Bolsonaro chegou a dizer que a subida criaria “chiadeira com razão”, mas que não era ditador para interferir na política de preços da estatal. Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo admitiu que os impostos sobre os combustíveis são altos, e afirmou que buscaria entendimento com governadores e distribuidoras para reduzir o valor aos consumidores. “Vai ter uma chiadeira com razão? Vai. Eu tenho influência sobre a Petrobras? Não. O cara fala ‘você é presidente do que?’ Ô, cara, vocês votaram em mim, tem um monte de lei aí. Ou eu cumpro a lei, ou vou ser ditador. E para ser ditador vira uma bagunça o negócio. Ninguém quer ser ditador e isso não passa pela cabeça da gente.”

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