Com expectativa de melhora da economia, 82% das empresas pretendem investir em 2021

Pesquisa da CNI indica otimismo com a retomada das atividades no país; desenvolvimento de processos e aumento da capacidade produtiva lideram intenções de aporte

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2021 05h00
Rodrigo Felix Leal/AEN-PR Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016 Levantamento da CNI mostra que produtividade está em ritmo lento desde crise dos anos 2015 e 2016

Depois de um ano totalmente atípico por causa da pandemia do novo coronavírus, 82% das grandes empresas brasileiras pretendem investir em 2021, revelou pesquisa feita com 452 corporações e divulgada nesta terça-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é levemente abaixo dos 84% registrados em 2020 — antes da escalada global da Covid-19 —, e acima das intenções conferidas em 2018 (81%) e 2019 (80%). Os investimentos previstos devem ocorrer, principalmente, na melhora do processo produtivo, de acordo com 35% das indústrias. O aumento da capacidade de produção se manteve no segundo lugar, mas o percentual passou de 23% em 2020 para 33% dos planos deste ano. O índice não superava 30% desde 2011, início da série histórica, e é o maior da série. De acordo com os técnicos da CNI, a elevação indica a confiança dos empresários na recuperação da indústria após o período mais critico gerado pela pandemia. Para outros 15% dos entrevistados, o principal objetivo dos investimentos é manter a capacidade produtiva e, em 11% deles, introduzir novos produtos. Em 66% dos casos, independentemente do foco de inovação previsto, há a expectativa de aquisição de máquinas. Além disso, o percentual do investimento voltados principalmente para o mercado doméstico aumentou de 36% para 39%, mas segue abaixo da média histórica, de 42%.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a atividade industrial recuou 4,5% em 2020, o pior desempenho em quatro anos. A pesquisa da CNI aponta que apenas 69% de quem tinha planos de investimento levou a ideia adiante, o segundo menor índice da série histórica iniciada em 2010 e abaixo dos 67% registrados em 2016. Dois problemas ficaram praticamente empatados como os principais motivos para a frustração dos empresários: a reavaliação quanto ao mercado doméstico dos produtos (36%) e o aumento inesperado do custo previsto do investimento, incluindo aumento por conta de variação cambial (35%). Em 2019, a mudança no mercado interno estava isolada em primeiro lugar. “Sentimos que os investimentos não foram feitos e foram adiados para este ano, pelo alto custo para investir e pela falta de alternativas de financiamento. Para esse ano, percebemos uma preocupação muito grande com os processos produtivos, que devem ser melhorados, com a aquisição de novas máquinas e tecnologia”, explica o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia, Carlos Eduardo Abijaodi.

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