Copom afirma que ajustes na Selic serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação

Ata foi divulgada nesta terça, pelo Banco Central e detalha o que levou a cúpula da instituição a realizar o primeiro aumento da taxa no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva

  • Por Jovem Pan
  • 24/09/2024 10h38
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Beto Nociti/BCB/Flickr Copom Banco Central Na semana passada, o colegiado aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,5% para 10,75% ao ano

O Comitê de Política Monetária (Copom) repetiu, na ata a sua mais recente decisão, que os próximos ajustes na Selic e a magnitude total do ciclo de aumento dos juros serão determinados pelo seu “firme compromisso de convergência da inflação à meta”, assim como já constava no comunicado da última quarta-feira (18). O documento foi divulgado nesta terça-feira (24), pelo Banco Central e detalha o que levou a cúpula da instituição a realizar o primeiro aumento da taxa no terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva. “O cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”, diz a ata do Copom, repetindo o mesmo texto usado no comunicado. Na semana passada, o colegiado aumentou a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, de 10,5% para 10,75% ao ano. Ontem, o relatório Focus mostrou que o mercado voltou a aumentar as projeções para o aperto monetário, passando a estimar elevação da taxa Selic até 11,75% ao ano em janeiro de 2025, com altas de 0,25 a 0,5 ponto porcentual nas três próximas reuniões. Mesmo assim, as expectativas de inflação também voltaram a aumentar.

Na ata, o Comitê repetiu que os próximos ajustes na taxa Selic dependerão, também, “da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”. O BC também trouxe novamente as mesmas projeções de inflação que já constavam no comunicado. A estimativa para o IPCA acumulado em quatro trimestres no primeiro trimestre de 2026 – o horizonte relevante da política monetária – é de 3,50% no cenário de referência, com a trajetória de juros extraída do Focus (até 13 de setembro) e dólar partindo de R$ 5,60 e evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Essa estimativa considera uma alta de 3,90% para os preços administrados e de 3,40% para os livres.

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A autoridade monetária espera que o IPCA feche 2024 em 4,30%, com alta de 4,20% para os preços administrados e de 4,40% para os livres, e desacelere a 3,70% no ano que vem, considerando uma taxa de 4,0% para os preços administrados e de 3,60% para os livres. O BC repetiu a tabela inaugurada no comunicado recente. As projeções do BC para a inflação de todos os anos estão abaixo das medianas do mercado, que indicam inflação de 4,37% em 2024, 3,97% em 2025 e 3,88% nos 12 meses encerrados em março de 2026, conforme o relatório Focus.

Publicado por Luisa Cardoso
*Com informações do Estadão Conteúdo

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