Criação de emprego formal perde fôlego e Brasil registra 313 mil novas vagas em setembro
Resultado do mês reflete 1,7 milhão de contratações contra 1,4 milhão de demissões; desempenho veio abaixo dos 368 mil postos com carteira assinada gerados em agosto
O mercado de trabalho brasileiro criou 313.902 vagas formais ante demissões em setembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência nesta terça-feira, 26. O saldo é a diferença de 1.780.161 contratações e 1.466.259 demissões. No acumulado de 2021, o país criou 2.512.937 empregos formais, com 14.877.024 admissões e 12.364.087 desligamentos. O resultado mostra a desaceleração na criação de vagas ante os 368.091 postos com carteira assinada criados em agosto. O desempenho, no entanto, mantém a sequência positiva iniciada em janeiro, quando foram geradas 261.197 vagas. O número também está abaixo de setembro do ano passado, quando foram fomentadas 319.151 vagas.
Todos os grupamentos de atividades econômicas apresentaram saldo positivo. O setor de serviços foi o grande destaque, com a geração de 143.418 novos postos de trabalho formais. A indústria vem em segundo lugar, com 76.169 empregos. O comércio registrou 60.809 vagas, enquanto a construção gerou 24.513 vagas, e a agricultura fechou com 9.084 postos. Todas as regiões também tiveram saldo positivo em setembro. O Sudeste liderou com a criação de 139.081 postos, seguido pelo Nordeste, com 90.678 vagas de trabalho. O Sul criou 46.724 vagas, enquanto o Centro-Oeste encerrou o mês com 21.371 postos, e o Norte com 16.122.
A normalização da economia brasileira em meio ao processo de reabertura dos serviços e retomada da indústria deve impulsionar o aumento das contratações de fim de ano e estimular a queda da taxa de desemprego para menos de dois dígitos nos próximos meses. O aumento da imunização da população brasileira contra o novo coronavírus e a maior mobilidade dos consumidores são apontados como as principais razões para que o número de empregos temporários no último trimestre de 2021 seja melhor que o registrado no mesmo período do ano passado. Além desses fatores, a intensificação dos investimentos produtivos aguardada para 2022 e a manutenção da retomada do setor de serviços — o maior responsável pelo Produto Interno Bruto (PIB) — têm potencial para reforçar a reabilitação do mercado de trabalho. As últimas divulgações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, uma das referências para medir a ocupação no Brasil, já mostram a desaceleração da taxa de desemprego. Após atingir o pico de 14,7% no trimestre encerrado em abril, o índice perdeu força e recuou para 13,7% nos três meses encerrados em julho, totalizando 14,1 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho no país.
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