Leilão de energia pode reforçar oferta em áreas mais afetadas pela crise hídrica
17 empresas, entre usinas solares, térmicas, de gás natural e biomassa, foram contratadas e devem gerar economia aos consumidores de R$ 474 milhões
Diante da pior crise energética dos últimos 91 anos, entidades se movimentam para evitar um possível desabastecimento. Baseado em números do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica e a Aneel realizaram o primeiro leilão simplificado para contratação de energia de reserva de capacidade. O termo “simplificado” se deve pelas regras e trâmites menos complexos que uma disputa tradicional, a fim de proporcionar otimização de recursos. Participaram do leilão de emergência 972 projetos e, em pouco menos de uma hora, foram contratadas 17 empresas, entre usinas solares, térmicas, de gás natural e biomassa. As regiões Sudeste, Centro Oeste e Sul serão as beneficiadas em virtude do impacto direto da falta de chuvas nos reservatórios que as abastecem. O contrato vale por 3 anos e meio com início previsto em maio de 2022. A economia aos consumidores será de R$ 474 milhões. A contratação adicional foi 1.220 MWh e terá um custo, até 2025, superior a R$ 39 bilhões. Mais de 80% da energia gerada no Brasil vem das hidrelétricas, um sistema produtivo dependente do volume de chuvas. Por isso, além de garantir a oferta, evitando os riscos de desabastecimento, a contratação de reserva de capacidade visa recompor os níveis dos reservatórios, sobretudo ao final dos períodos secos dos próximos anos.
O gerente da secretaria executiva de leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica, André Patrus disse que a demanda solicitada foi atendida. “A demanda descrita pelo planejamento setorial foi totalmente atendida no procedimento. A gente conseguiu contratar energia ao preço médio de R$ 1.563,61, o que implica um deságio médio de 1,2%”, afirmou. 66% as inscrições do leilão foram de termelétricas de gás natural, 14% de óleo combustível e 10% de óleo diesel. Houve pouca oferta de energia limpa.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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