Dólar cai com formação de aliança no Pacífico e esperança com vacina; Bolsa passa dos 106 mil pontos

Moeda norte-americana chegou a R$ 5,36 após criação do maior acordo de livre-comércio do mundo e divulgação de imunizante da Morderna; Ibovespa alcança o melhor resultado desde março

  • Por Jovem Pan
  • 16/11/2020 11h42 - Atualizado em 16/11/2020 12h26
Marcello Casal Jr/Agência Brasil Dólar mantém viés de queda com avanço da agenda de reformas e instalação da CPI da Covid-19 no radar dos investidores Dólar mantém viés de queda com o avanço da agenda de reformas e a instalação da CPI da Covid-19 no radar dos investidores

O mercado financeiro começou a semana com bom humor, impulsionado pela formação do maior acordo comercial do mundo entre os países do Pacífico e a divulgação de que a vacina contra o novo coronavírus da farmacêutica Moderna alcançou 94,5% de eficácia. Seguindo o entusiasmo estrangeiro, a Bolsa de Valores brasileira opera em forte alta. Próximo das 11h40min, o Ibovespa, o principal índice da B3, operava aos 105.749 pontos, com avanço de 1%. No pico do dia, o indicador chegou a superar os 106 mil pontos. Este foi o maior resultado da Bolsa brasileira desde 4 de março, quando fechou aos 107.224 pontos. Já o câmbio segue o caminho oposto e sofre forte queda nesta segunda. O dólar apresentava recuo de 1,17% no fim desta manhã, cotado a R$ 5,411. Na mínima, a moeda norte-americana chegou a R$ 5,367, e na máxima bateu 5,426. Na semana passada, a divisa fechou estável, com alta de 0,07%, a R$  R$ 5,475.

Boa parte das boas notícias desse início de semana vem da Ásia. Quinze países da região do Pacífico, incluindo a China, Japão e Austrália, assinaram nesta segunda-feira a Parceria Econômica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês). A aliança é o maior acordo de livre-comércio da história, com uma população de aproximadamente 2 bilhões de pessoas e mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Além disso, a China divulgou o avanço de 6,9% da sua indústria em outubro, na comparação com o mesmo mês em 2019. O resultado informado pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS, na sigla em inglês) está acima do projetado pelos analistas de mercado e consolidam a retomada da recuperação do gigante asiático após a pandemia da Covid-19.

A notícia de que a Moderna desenvolveu um imunizante contra o novo coronavírus com eficácia de 94,5% também estimula os mercados, em contraste com a manutenção de medidas de isolamento social impostas na Europa e o avanço da segunda onda da pandemia nos Estados Unidos. O imunizante está na terceira fase dos testes clínicos, a última antes do aval das agências reguladoras para ser aplicada na população. Na semana passada, a Pfizer também mostrou dados preliminares que indicam 90% de eficácia do seu imunizante produzido em parceria com a BioNTech. Agora, os dois imunizantes são cotados para uso emergencial nos Estados Unidos já em dezembro com 60 milhões de doses disponíveis.

Já no noticiário local, os investidores ainda analisam os resultados dos pleitos municipais deste domingo e qual a extensão dos resultados nos negócios. Mais do que os candidatos eleitos, o mercado está na expectativa da retomada das votações no Congresso de pautas ditas como fundamentais para a estruturação da economia, como a segunda etapa da reforma tributária, além da da definição do orçamento para 2021 — que geralmente é votado no mês de setembro —, e dos gatilhos ao teto de gastos distribuídos nas PECs Emergencial e do Pacto Federativo. Na semana passada, líderes do governo no Congresso e membros da equipe econômica afirmaram que as tratativas com os deputados e senadores para destravar as discussões seriam retomadas após as eleições do primeiro turno.

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