Dólar cai com inflação nos EUA acima do esperado; Ibovespa sobe

Câmbio recua para R$ 5,066 com investidores analisando os efeitos que o novo avanço inflacionário terá na política monetária da maior economia do globo; Bolsa volta aos 130 mil pontos

  • Por Jovem Pan
  • 10/06/2021 17h50 - Atualizado em 10/06/2021 19h24
Arquivo/Agência Brasil Cédulas de dólar desfocadas Dólar sobe e interrompe sequência de seis semanas seguidas de queda

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro fecharam no campo positivo nesta quinta-feira, 10, com investidores analisando a alta da inflação nos Estados Unidos pelo segundo mês consecutivo. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) foi a 5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o maior salto anual desde agosto de 2008. A média das análises previa alta de 4,7%. Em abril, o índice já havia registrado avanço de 4,2%, também acima das expectativas. O dólar fechou com queda de 0,07%, cotado a R$ 5,066. A divisa norte-americana chegou a bater a máxima de R$ 5,092, enquanto a mínima não passou de R$ 5,034. O câmbio encerrou a véspera com alta de 0,68%, a R$ 5,069. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou o dia com alta de 0,13%, aos 130.076 pontos. O pregão desta quarta-feira, 9, fechou com avanço de 0,09%, aos 129.906 pontos.

Investidores em todo o mundo buscam pistas dos efeitos que o novo avanço da inflação norte-americana terá na política monetária do país. O CPI subiu 0,6% em maio ante abril, quando já havia registrado avanço de 0,8%. As duas altas vieram acima das projeções do analistas, que passaram a enxergar um possível movimento do Banco Central dos EUA (Fed, em inglês) na diminuição dos estímulos para frear o crescimento da inflação. A autoridade monetária vai divulgar na quarta-feira, 16, os próximos rumos da política monetária. A expectativa é que o Fed mantenha os juros em valores mínimos e continue a compra de títulos públicos para alavancar a economia após o choque do novo coronavírus. Ainda nos EUA, o Departamento de Trabalho informou nesta manhã que registrou 376 mil pedidos de seguro-desemprego na semana passada, pouco acima dos 370 mil esperados pelos analistas.

Ainda no cenário internacional, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou que vai manter a política de estímulos em meio ao processo de recuperação econômica. A autoridade monetária se comprometeu em deixar os juros em patamares reduzidos, além de comprar US$ 2,2 trilhões em títulos públicos até março de 2022. Segundo a presidente do BCE, Christine Lagarde, a inflação, que está abaixo de 2%, deve recuar em breve. “A inflação acelerou nos últimos meses, em grande parte por conta de efeitos de base, fatores transitórios e aumento dos preços de energia. Espera-se que suba ainda mais na segunda metade do ano, antes de cair à medida que fatores temporários desaparecem”, afirmou. Na pauta doméstica, investidores aguardam pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entre a próxima terça e quarta-feira para decidir a nova taxa de juros da economia brasileira. A autoridade monetária elevou a Selic para 3,5% em maio ao acrescentar 0,75 ponto percentual. As expectativas apontam para um novo ajuste da mesma magnitude, levando a taxa para 4,25%. A inflação subiu 0,83% em maio, o maior valor para o mês em 25 anos, e acumulou alta de 8,06% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.